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CMI e CIOM: apelo à UE contra os planos de anexação dos territórios da Cisjordânia por parte de Israel

Para o Conselho Mundial de Igrejas e o Conselho de Igrejas do Oriente Médio, a anexação “não trará justiça ou paz, mas apenas uma maior injustiça, expropriação, crescentes tensões, desestabilização regional e maior erosão do respeito pelo Direito Internacional”.

Cidade do Vaticano

O Conselho Mundial de Igrejas (CMI) e o Conselho de Igrejas do Oriente Médio (CIOM) se unem ao apelo lançado nos últimos dias pelos Patriarcas e Chefes das Igrejas da Terra Santa contra os planos de anexação unilateral dos territórios palestinos da Cisjordânia por parte de Israel.

Numa carta conjunta endereçada, nesta segunda-feira (11/05), aos ministros das Relações Exteriores da União Europeia (UE), os dois órgãos ecumênicos pedem a Bruxelas “uma posição firme e de princípios” contra o projeto que representa “uma grave violação do direito internacional” e “um golpe devastador” para a solução de dois Estados e ao processo de paz na região.

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A esperança é de que a UE responda com medidas semelhantes às adotadas para a anexação da Crimeia da parte da Rússia. Além disso, no caso em que as autoridades israelenses prossigam com a anexação, a carta solicita a suspensão do Acordo de Associação UE-Israel, que no artigo 2 estabelece que as relações bilaterais devem basear-se no respeito dos direitos humanos e dos princípios democráticos, recordando as disposições do Tratado de Lisboa, da Carta das Nações Unidas e do direito internacional.

Para o Conselho Mundial de Igrejas e o Conselho de Igrejas do Oriente Médio, a anexação “não trará justiça ou paz, mas apenas uma maior injustiça, expropriação, crescentes tensões, desestabilização regional e maior erosão do respeito pelo direito internacional”. “A UE”, adverte a carta, “não deve ser cúmplice, por inércia ou reação inadequada, desse resultado”.

Os protestos contra o polêmico “Acordo do Século”, lançado em janeiro passado pelos Estados Unidos, que concedeu a Israel a possibilidade de estender sua soberania às colônias judaicas na Cisjordânia, não pararam os projetos de construção de novos assentamentos nos territórios ocupados, apesar do pedido de Trump de congelá-los por quatro anos. Além disso, se multiplicaram os ataques de colonos judeus contra palestinos nas últimas semanas.

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12 maio 2020, 15:12