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Grupos sectários que visam doutrinar católicos levantam preocupação no Quênia

Existem dois grupos que semeiam o medo (como o medo da morte e das calamidades, caso seus ensinamentos forem ignorados) e a coerção ao recrutar novos membros. "Os dois grupos dizem apoiar o renascimento cultural por meio do fortalecimento das tradições e das práticas culturais, e o restabelecimento do modo tradicional de culto", informou o cardeal John Njue em uma carta lida em todas as paróquias

Cidade do Vaticano

"Esses grupos têm as características de um culto e usam táticas para semear o medo, a fim de inculcar suas doutrinas e aplicar suas práticas nos indivíduos". Esse foi o alerta lançado aos pelo cardeal John Njue, arcebispo de Nairóbi, sobre a existência e influência de dois grupos de culto na sua Arquidiocese, que são a causa de uma "séria preocupação pastoral".

Em uma carta lida em 8 de março em todas as paróquias, o cardeal Njue identificou um primeiro grupo conhecido como "Gwata Ndai" e outro cujo nome ainda é desconhecido, mas tem características semelhantes ao grupo Gwata Ndai.

Um comitê especial, "nomeado dentro do conselho presbiteral, cujo mandato era investigar e informar sobre a origem, objetivos, a dimensão das operações e efeitos" desses grupos sectários, estabeleceu que eles têm como alvo fiéis católicos, explorando o medo e a intimidação.

"Eles semeiam o medo (como o medo da morte e das calamidades, caso seus ensinamentos forem ignorados) e a coerção ao recrutar novos membros. Os dois grupos afirmam apoiar o renascimento cultural por meio do fortalecimento das tradições e das práticas culturais, e o restabelecimento do modo tradicional de culto", diz o cardeal em sua carta.

Os ensinamentos destes grupos, semelhantes a uma seita – relatou o grupo investigativo -  "incluem algumas práticas retrógradas, como a circuncisão feminina, o chauvinismo masculino e a submissão das mulheres".

A investigação - que também tinha por objetivo descobrir o impacto de grupos "sobre indivíduos cristãos, famílias, a Igreja e a sociedade em geral" - descobriu "vários efeitos nocivos" com "numerosos casos de desintegração e conflitos familiares e de desequilíbrios emocionais e psicológicos, sobretudo em mulheres e crianças".

"Para aqueles que poderiam ter sido vítimas dos ensinamentos desses grupos, desejo dar a vocês as boas-vindas de novo na Igreja, e assegurar a vocês a misericórdia e o perdão de Deus", diz o cardeal Njue, que exorta "sacerdotes que possam ter casos semelhantes em suas paróquias, para reintegrar aqueles que estão dispostos a retornar à Igreja no rebanho de Cristo”.

Opurpurado conclui incentivando os 1,6 milhão católicos de Nairóbi a permanecerem fiéis aos ensinamentos de Cristo e de sua Igreja e "evitar o perigo do sincretismo, misturando a fé com algumas crenças culturais que não estão de acordo com os ensinamentos da Igreja. Devemos evitar, por fim, o perigo da idolatria.”

(Agência Fides)

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12 março 2020, 14:19