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Prisões na Itália proibiram entrada de voluntários e cancelaram encontros e celebrações eucarísticas Prisões na Itália proibiram entrada de voluntários e cancelaram encontros e celebrações eucarísticas 

Quaresma: dizer não ao vírus do isolamento na prisões, afirma inspetor de capelães na Itália

As restrições em virtude da difusão do Covid-19 estão sendo impostas inclusive nos cárceres italianos. Em mensagem a capelães, diáconos, religiosos e voluntários que atuam nessa realidade no país, Dom Raffaele Grimaldi, explica que “todas essas privações” terão como “efeito a solidão absoluta”. O antídoto para o isolamento: “cuidar com amor a dor de quem se sente sozinho, descartado, excluído”.

Andressa Collet – Cidade do Vaticano

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Em decorrência à emergência imposta pela propagação do Coronavírus, muitas prisões na Itália proibiram a entrada de voluntários e cancelaram encontros e celebrações eucarísticas, inclusive, os colóquios com os familiares foram reduzidos. O inspetor dos capelães dos cárceres, Dom Raffaele Grimaldi, por ocasião do início da Quaresma e em consideração à nova realidade vivida pelo Covid-19, enviou uma mensagem dirigida a todos os capelães do país, diáconos, religiosos e voluntários.

O antídoto para solidão absoluta

No texto, Dom Raffaele fala do risco de uma realidade como aquela carcerária, já às margens da sociedade, venha a ser ainda mais isolada com a atual emergência de saúde: “todas essas privações” terão como “efeito a solidão absoluta”. Em especial, aos capelães, uns dos poucos com autorização para entrar nos institutos penitenciários junto aos profissionais de extrema necessidade, o inspetor sugere o antídoto para o isolamento: “cuidar com amor a dor de quem se sente sozinho, descartado, excluído”.

Ao citar a homilia do Papa Francisco por ocasião da liturgia da Quarta-feira de Cinzas, Dom Rafaelle comentou o quanto encorajou o ministério nas prisões, justamente porque “somos ‘o pó amado de Deus’. Sinto de oferecer essa mensagem aos nossos irmãos e irmãs presos para que, a partir do sofrimento deles, nós possamos encorajá-los para a esperança e para a misericórdia da reparação”.

O inspetor dos capelães refletiu ainda que, com a atual situação italiana, “inclusive nós, como povo acolhedor, estamos experimentando a rejeição de sermos acolhidos, experimentando a exclusão e a segregação. O vírus do medo e da desconfiança se sobrepuseram sobre a esperança, enquanto relia nestes dias alguns episódios da vida de Jesus em que tirava do isolamento aqueles que tinham doença: o Senhor, com a sua ação, vence o medo com o amor, tocando e curando as feridas deles”.

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03 março 2020, 15:32