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A Porta Santa da Catedral de San José, capital da Costa Rica A Porta Santa da Catedral de San José, capital da Costa Rica

No Ano Jubilar na Costa Rica, a dimensão social da vida cristã

Em sua mensagem, os bispos recordam que “o Ano Jubilar é um tempo para relançar o compromisso e a esperança que nasce da dimensão social da vida cristã” e pedem ao Senhor, como graça especial, que “o nosso Jubileu reacenda a solidariedade do nosso povo”, destacam

Cidade do Vaticano

Um apelo às autoridades e aos protagonistas da sociedade a fim de que se unam “para encontrar soluções ao sofrimento de muitos costarriquenhos, em particular, em matéria de trabalho, saúde, violência, sobretudo em relação a crianças e mulheres, segurança dos cidadãos, instrução, habitação, aposentadoria, situação de pobreza, desigualdade, além dos desafios humanitários da imigração”.

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O apelo foi lançado pelos bispos da Costa Rica na mensagem publicada ao término da Assembleia Geral da Conferência Episcopal realizada em Limón, datada em 13 de fevereiro de 2020, dia da abertura do Jubileu.

Ano Jubilar, “viver intensamente este tempo de graça”

O Ano Jubilar foi convocado para o Centenário de criação da Província Eclesiástica da Costa Rica, que se concluirá em 16 de fevereiro de 2021, e os bispos convidam todos os cristãos “a viver intensamente este tempo de graça”, conscientes de que “a Igreja contribuiu para vivificar e desenvolver a nossa identidade nacional, e a sua ação é inseparável da vida da sociedade e da história da pátria”.

Este Jubileu e a celebração do Bicentenário da independência da Costa Rica, em 2021, “estão interligados e não poderia ser diferente, porque conhecemos a relevância e a urgência do diálogo entre a fé e a dimensão comunitária e social da cultura”, escrevem.

Em primeiro lugar, a urgência do diálogo nacional

“Portanto, como cidadãos e pastores, façamos ressoar o grito de um país que quer continuar e avançar no caminho da justiça social, do bem comum, dos direitos humanos – cuja essência é a dignidade da pessoa – e da paz social do nosso povo”, acrescentam.

Na mensagem, os bispos citam algumas entre as “muitas e complexas questões da realidade nacional que preocupam os costarriquenhos”. Em primeiro lugar, a urgência do diálogo nacional, porque “não podemos continuar no caminho da divisão, da controvérsia e da desconfiança recíproca”.

Discernimento prudente e comedido

“Como sociedade, devemos promover a centralidade dos temas comuns, num ambiente de respeito que favoreça um processo de discernimento prudente e comedido, para enfrentar o que realmente acontece no país.”

Ademais, para garantir a unidade e a paz social é necessário sanar e reforçar o sistema fiscal: os bispos têm constantemente denunciado “os problemas nacionais que se deparam numa administração pública rodeada por um emaranhado institucional conduzido há anos e que hoje mostra seus efeitos sociais e econômicos”.

Neste Ano Jubilar, chamados a unir misericórdia e justiça

Outro tema preocupante é o do desemprego, que alcançou os níveis mais altos da década, apesar das iniciativas do Governo. “Vemos com pesar o desespero de jovens, mulheres, imigrados, trabalhadores informais”, afirmam os bispos.

“Neste Ano Jubilar somos chamados a unir misericórdia e justiça, porque uma das graves dificuldades de hoje é que o trabalho precário, sem direitos do trabalhador e mal redistribuído, se tornou a ocupação normal, âncora de salvação para milhares de compatriotas.”

Jubileu reacenda a solidariedade do nosso povo

O último ponto diz respeito ao apoio ao mundo rural, vez que para os bispos o país centro-americano precisa “de uma verdadeira política agrícola que enfrente a questão da pobreza refletida na desigualdade social, no desemprego, na indigência e nas necessidades de base deste setor; sem esquecer uma economia solidária que melhore a situação dos agricultores e dos pescadores artesanais”.

Invocando a intercessão de “Nuestra Señora de Los Angeles”, padroeira da Costa Rica, e de São Vicente de Paolo, padroeiro da Diocese de Limón, os bispos concluem sua mensagem recordando que “o Ano Jubilar é um tempo para relançar o compromisso e a esperança que nasce da dimensão social da vida cristã” e pedindo ao Senhor, como graça especial, que “o nosso Jubileu reacenda a solidariedade do nosso povo”.

Papa se une espiritualmente à abertura do Ano Jubilar

Com uma carta assinada pelo cardeal Secretário de Estado Pietro Parolin, o Papa Francisco se uniu espiritualmente à abertura do Ano Jubilar na Costa Rica, no domingo, 16 de fevereiro.

Com esta mensagem, o Santo Padre se “une espiritualmente à fervorosa Ação de graças ao Senhor por todos os frutos alcançados ao longo destes cem anos, em sua missão de acompanhar, iluminar e animar todos os filhos e filhas desta Nação”, lê-se na missiva do Pontífice.

(Fides)

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18 fevereiro 2020, 13:10