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Arcebispo de San Salvador - capital de El Salvador, dom José Luis Escobar Alas Arcebispo de San Salvador - capital de El Salvador, dom José Luis Escobar Alas

El Salvador: Igreja recorda urgência de lei para reconciliação nacional

O apelo à aprovação de uma lei para a reconciliação nacional é considerada absolutamente necessária para fazer justiça às vítimas e pacificar a memória do país centro-americano. “Estamos muito preocupados: este é o sentimento do povo. Não vemos a vontade da Assembleia Legislativa de conformar-se à sentença da Corte constitucional após ter revogado a lei sobre a anistia”, afirma o arcebispo de San Salvador, dom José Luis Escobar Alas

Cidade do Vaticano

A Igreja católica em El Salvador reconhece e confirma a exigência de uma lei específica de reconciliação nacional que garanta justiça às vítimas do conflito armado que ensanguentou a nação nos anos 1980-1992.

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Sentimento do povo é de preocupação

“Estamos muito preocupados: este é o sentimento do povo. Não vemos a vontade da Assembleia Legislativa de conformar-se à sentença da Corte constitucional após ter revogado a lei sobre a anistia”, disse o arcebispo de San Salvador, dom José Luis Escobar Alas.

Em sua tradicional conferência dominical, dom Escobar Alas colocou em dúvida “as reais intenções dos deputados, que pediram – e conseguiram – três adiamentos para aprovar a normativa”. O último será na sexta-feira, dia 28.

Contínuos adiamentos da Assembleia Legislativa

“As sentenças da Corte constitucional são definitivas e devem ser respeitadas. Isso não foi feito. Aliás, vemos que não estão trabalhando sobre a questão, dados os contínuos adiamentos”, alegou o arcebispo.

Na sexta-feira (21/02), o diretor do Instituto de Direitos Humanos da Universidade Centro-Americana (IDHUCA), o sacerdote José Maria Tojeira, assegurou que o processo de elaboração da lei de reconciliação “foi lento, complexo e sombrio”.

Familiares das vítimas continuam esperando justiça

“O processo foi irregular, mas espero que seja aprovada uma boa lei porque os filhos e os netos das vítimas continuam pedindo justiça”, acrescentou.

Entre 1980 e 1992, a guerrilha Frente Farabundo Martí pela libertação nacional (FMLN) enfrentou o exército de El Salvador, financiado pelos EUA, num conflito armado que em 12 anos causou 75 mil mortos e 8 mil desaparecidos.

Pacificar a memória do país

O apelo à aprovação de uma lei pela reconciliação nacional, considerada absolutamente necessária para fazer justiça às vítimas e pacificar a memória do país, foi lançado no momento em que a Igreja em El Salvador celebra um recente anúncio que gerou grande alegria: a Santa Sé reconheceu o martírio do pároco salvadorenho Rutilio Grande, morto em 1977.

Dom Romero e Pe. Rutilio, sementes de santos e mártires

“Rutilio Grande e a figura de dom Oscar Arnulfo Romero (assassinado em 1980) são sementes de santos e mártires, em nome de Jesus Cristo, que fecundam um povo inteiro”, afirma a Igreja local.

A propósito, a Igreja salvadorenha vive duas solenes celebrações este 2020: 12 de março é o 43º aniversário do martírio de Pe. Rutilio Grande; 24 de março, 40º aniversário do martírio de São Oscar Arnulfo Romero.

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24 fevereiro 2020, 15:01