Sé Catedral de Bragança (Foto: Bruno Luís Rodrigues/Secretariado Diocesano das Comunicações Sociais de Bragança-Miranda) Sé Catedral de Bragança (Foto: Bruno Luís Rodrigues/Secretariado Diocesano das Comunicações Sociais de Bragança-Miranda) 

Portugal: «Nunca mais a violência, nunca mais o ódio» pede Bispo de Bragança

Mais de 2 mil pessoas participaram na cidade transmontana na marcha silenciosa em solidariedade com Luís Giovani Rodrigues, jovem cabo-verdiano assassinado, uma indignação expressa em várias cidades portuguesas.

Domingos Pinto – Lisboa

“Nunca mais a violência! Nunca mais o ódio! Sim a mais fraternidade! Sim a mais Paz! Sim a mais cultura da Vida e do Amor”.

O apelo é do bispo de Bragança-Miranda que presidiu no passado dia 11 de janeiro na Sé Catedral daquela cidade a uma eucaristia de homenagem ao jovem cabo-verdiano Luís Giovani Rodrigues, que faleceu a 31 de dezembro, na sequência de agressões sofridas 10 dias antes por um grupo de cerca de 15 indivíduos que estão a ser investigados pela polícia judiciária.

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Uma celebração no final de uma marcha silenciosa que juntou mais de duas mil pessoas, uma das várias iniciativas organizadas também noutras cidades portuguesas a pedir paz e a reclamar justiça.

Giovani Rodrigues, de 21 anos, em Portugal desde outubro do ano passado, foi encontrado caído na rua, na madrugada de 21 de dezembro, depois de uma rixa num bar que envolveu um amigo do grupo com quem saiu nessa noite.

Caloiro do curso de Design de Jogos Digitais na Escola Superior de Comunicação, Administração e Turismo (ESCAT) de Mirandela, o jovem era escuteiro e organista na Paróquia dos Mosteiros, Ilha do Fogo, e membro do Secretariado da Juventude, na sua diocese de origem.

D. José Cordeiro, Bispo de Bragança-Miranda assinalou que a Igreja Católica não poderia ficar “indiferente” a esta iniciativa dos “irmãos e amigos estudantes africanos e do Instituto Politécnico de Bragança, uma cidade que é “cada vez mais uma cidade internacional e multicultural, sendo a diversidade uma enorme riqueza”.

“De todos depende, simultaneamente, que a nossa cidade seja cada vez mais uma terra de paz, de justiça, de diálogo, de boa convivência, de reconciliação e de harmonia social com uma cidadania ativa, inclusiva e corresponsável”, disse o prelado transmontano que  deixou uma palavra de solidariedade à família, amigos e colegas do jovem cabo-verdiano, à Diocese de Santiago (Cabo Verde) e ao seu bispo, o Cardeal Arlindo Furtado.

O corpo de Giovani foi lacramado na passada sexta-feira, 10 de janeiro, e seguiu para Cabo Verde, a partir do aeroporto Sá Carneiro, no Porto, na companhia de familiares.

As cerimónias fúnebres terão lugar na Ilha do Fogo, de onde o jovem era natural.

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13 janeiro 2020, 12:24