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Jerusalém Oriental é definida no documento final do encontro como "a capital de um Estado palestino independente". Jerusalém Oriental é definida no documento final do encontro como "a capital de um Estado palestino independente".  

Conselho de Igrejas do Oriente Médio conclui encontro em Chipre

A situação dos cristãos e de inteiras populações no Oriente Médio esteve na pauta do encontro que reuniu em Nicósia expoentes de Igrejas Ortodoxas e Orientais. No documento final, os participantes referem-se a Jerusalém como "capital de um Estado palestino independente".

Cidade do Vaticano

Nas convulsões e conflitos que ferem o Oriente Médio, os cristãos daquela região podem experimentar "o mistério do amor de Deus", sua compaixão e seu amor por cada ser humano, mesmo em meio às tantas circunstâncias difíceis.

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É o que sublinha a declaração divulgada pelo Comitê Executivo do Conselho de Igrejas do Oriente Médio (MECC, Middle East Council of Churches), que se reuniu na terça-feira 21 e quarta-feira, 22 de janeiro em Larnaca, Chipre, para dois dias de convivência e trabalho comum no contexto da Semana de Oração pela Unidade dos Cristãos.

No encontro organizado pelo arcebispo greco-ortodoxo de Chipre, Chrysostomos II, tomaram parte Yohanna X, patriarca greco-ortodoxo de Antioquia, Ignatios Aphrem II, patriarca sírio-ortodoxo de Antioquia, e o cardeal Louis Raphael I Sako, patriarca de Babilônia dos Caldeus.

Conflitos no Oriente Médio afetam não só cristãos

 

No documento comum, divulgado ao final dos trabalhos, os participantes do Comitê Executivo pedem que seja protegida a fé e a esperança dos cristãos no Oriente Médio, uma área ainda marcada por "eventos sangrentos". Ao mesmo tempo, sublinha-se que os sofrimentos não são sofridos apenas pelas Igrejas e pelos cristãos, mas afetam populações inteiras da região.

 

O documento recorda todas as realidades eclesiais envolvidas no organismo ecumênico para intensificar a própria presença "ao lado de cada pessoa que sofre, deslocada e migrante, que perdeu seus entes queridos ou suas posses devido à violência e guerras, de forma que as Igrejas continuem sendo um ícone da ternura e da proximidade de Deus".

Além de compartilhar reflexões, preocupações e sugestões sobre as condições em que vivem populações e as Igrejas em diferentes países, os membros do Comitê também ouviram o relatório da professora Souraya Bechealany, secretária geral do MECC, sobre o trabalho realizado no ano passado e as perspectivas e as iniciativas futuras do organismo ecumênico.

Arcebispos sequestrados em Aleppo    

 

Os participantes do encontro também pediram, na oração comum, que em breve possa ser conhecido o destino de Boulos Yazigi e Mar Gregorios Yohanna Ibrahim, os dois arcebispos de Aleppo - o primeiro greco-ortodoxo e o segundo sírio-ortodoxo - sequestrados em 22 de abril de 2013 na Síria.

Iraque

 

Depois, concentrando-se nas situações e eventos referentes a cada país, os participantes do encontro enfatizaram as instâncias de justiça social e a luta contra a corrupção que estão motivando os protestos que ocorrem no Iraque.

Com relação à Síria, o Comitê Executivo do MECC enfatizou a urgência de envolver todos os componentes locais e internacionais no processo que visa restaurar a paz em todo o território e promover o retorno de pessoas e refugiados deslocados internamente para suas casas.

Líbano

 

Também foi expresso apoio explícito às mobilizações do povo libanês, que têm manifestado sua inconformidade em relação à corrupção e às práticas da classe política nacional.

Chipre e Palestina

 

Em relação a Chipre, que sediou a cúpula ecumênica, os membros do Comitê Executivo pediram explicitamente o fim da ocupação que levou à divisão da ilha, enquanto em relação à situação na Palestina, expressaram apoio àqueles que sofrem "as consequências da ocupação, a política do apartheid" e a expansão indiscriminada de assentamentos ilegais no território palestino, exigindo ao mesmo tempo respeito à liberdade de seguir os ritos e práticas relacionados à fé de todos os palestinos, cristãos e muçulmanos, também em Jerusalém Oriental, definida no documento como "a capital de um Estado palestino independente".

Egito

 

O comunicado final do MECC também expressa apoio ao povo egípcio comprometido em se libertar da violência e do extremismo e em consolidar o princípio de cidadania como um fator essencial na vida civil.

"Convidar os povos da região a fazer prevalecer o princípio da cidadania, junto aos direitos e deveres, requer uma revisão dos sistemas e das leis" que ajudem a conjugar  unidade nacional e reconhecimento das diversidades e a libertar a vida civil de qualquer sectarismo.

Superar constrastes confessionais

 

O Conselho de Igrejas do Oriente Médio, fundado em 1974 em Nicósia e atualmente sediado em Beirute, tem o objetivo de facilitar a convergência das comunidades cristãs do Oriente Médio nas questões de comum interesse e a favorecer a superação de contrastes confessionais.

A professora Souraya Bechealany, cristã maronita, leciona Teologia na Universidade Saint-Joseph de Beirute. Ela foi eleita Secretária Geral do MECC em janeiro de 2018 e, juntamente com seus colaboradores, realizou um processo de reestruturação dos departamentos do organismo ecumênico.

(GV - Agência Fides)

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23 janeiro 2020, 17:24