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Políticos não escutaram a voz de Deus, diz patriarca maronita

Em setembro tiveram início pequenos protestos em Beirute contra a alta de preços e a corrupção, que depois se transformaram em grandes manifestações em todo o país

Cidade do Vaticano

"Se os políticos se deixassem inspirar verdadeiramente pela vontade divina e rezassem, o Líbano não se encontraria hoje em uma situação econômica e financeira desesperadora, com instituições paralisadas. O povo não estaria reduzido à fome, humilhado, com mais de um terço dos cidadãos vivendo abaixo da linha da pobreza, enquanto cerca de metade dos libaneses estão desempregados". Foi o que afirmou o patriarca maronita Bechara Boutros Rai, na homilia proferida durante a Missa no domingo, 15 de dezembro.

O Primaz da Igreja Maronita quis expressar alguns critérios de discernimento espiritual em relação à situação de crise vivida pelo País dos Cedros, extenuado também do ponto de vista econômico após dois meses de protestos populares contra a classe política, acusada de corrupção e incompetência.

"Se os dirigentes tivessem ouvido a voz de Deus", continuou o patriarca, "não teriam desperdiçado fundos públicos, os ministérios não teriam sido divididos entre si e não teriam ignorado os pedidos das pessoas que protestam e fazem greves".

Com relação às manifestações de protesto, o cardeal Rai reiterou que, a seu ver, a revolta popular dos vários componentes do povo libanês expressa sua insatisfação de maneira transversal, para além das divisões sectárias. Um fenômeno que os políticos "não podem ignorar ou subestimar".

Até agora, os protestos de rua levaram à demissão do governo liderado pelo primeiro-ministro sunita Saad Hariri, em 29 de outubro. O próprio Hariri poderá receber do presidente Michel Aoun, o mandato exploratório de tentar formar um novo governo.

(Agência Fides)

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17 dezembro 2019, 07:36