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Igreja na Alemanha institui Conselho consultivo para as vítimas de abuso

A decisão da Conferência Episcopal Alemã chegou no dia seguinte à publicação de dois Rescritos desejados pelo Papa Francisco, ambos resultado do encontro sobre abusos realizado no Vaticano em fevereiro.

Cidade do Vaticano

Um Conselho Consultivo para ajudar e institucionalizar a assistência às vítimas de abuso sexual por parte do clero e para prevenir tais crimes foi instituído pela Conferência Episcopal Alemã, que exorta todos a cooperar ao máximo em nesta área. O anúncio do novo organismo foi feito na quarta-feira, 18 de dezembro, após um estudo encomendado em 2018 pelos bispos alemães.

A pesquisa revelou que entre 1946 e 2014 na Alemanha houve 3.677 vítimas, além de 1.670 padres, diáconos e religiosos acusados. Graças ao novo Conselho Consultivo, agora as vítimas, juntamente com suas famílias e responsáveis ​​legais, poderão apresentar seu ponto de vista, a fim de contribuir para as atividades do novo organismo.

"As experiências dos últimos anos - explica o bispo Stephan Ackermann, bispo de Trier e responsável pela Comissão Episcopal Alemã para questões relacionadas aos abusos - demostram claramente que, para enfrentar de modo eficaz a luta e a prevenção de tais crimes,  é preciso envolver também as vítimas".

A decisão da Conferência Episcopal Alemã chegou no dia seguinte à publicação de dois Rescritos desejados pelo Papa Francisco, ambos resultado do encontro sobre abusos realizado no Vaticano em fevereiro.

Com o primeiro Rescrito, o segredo pontifício é abolido em casos de violência sexual e abuso contra menores cometidos por clérigos. O segundo documento, por sua vez, modifica a norma relativa ao crime de pornografia infantil, tornando-a "delicta graviora" - os delitos mais graves - a posse e distribuição de imagens pornográficas envolvendo menores de 18 anos, e não somente até 14 como era anteriormente.

Digno de nota que já em setembro passado, durante sua Assembleia Plenária, os bispos alemães haviam decidido agir prontamente não apenas para desenvolver um sistema eficaz de proteção para as vítimas de abuso, mas também para seu ressarcimento. De fato, foram aprovados cerca de 2.100 pedidos de indenizações, totalizando mais de 9 milhões de euros.

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19 dezembro 2019, 14:44