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Oratórios de Belém: "Evangelizar a pessoa na totalidade"

O bispo auxiliar da Arquidiocese de Belém, o salesiano Dom Antônio de Assis Ribeiro, fala sobre o projeto "Oratórios Paroquiais" nos quais revive-se os oratórios para acompanhamento do Setor Juventude da Arquidiocese.

Cidade do Vaticano

Em 1846 a cidade de Turim estava cheia de jovens pobres em busca de trabalho, órfãos ou abandonados, expostos a muitos perigos para alma e para o corpo. Dom Bosco começou a reuni-los aos domingos, às vezes numa igreja, outras num prado, ou ainda numa praça para fazê-los brincar e instruí-los no Catecismo até que, após cinco anos de grandes dificuldades, conseguiu estabelecer-se no bairro periférico de Valdocco e abrir o seu primeiro Oratório, e desde então a congregação Salesiana tem como um dos pilates a evangelização através da brincadeira, do esporte.

Reviver os oratórios nas paróquias

Há pouco mais de dois anos Dom Antônio de Assis Ribeiro, salesiano, foi nomeado bispo auxiliar da Arquidiocese de Belém (PA) e lhe foi confiado o acompanhamento do Setor Juventude da Arquidiocese. Em meio ao seu trabalho junto as comunidades, identificou a necessidade de reviver os oratórios nas paróquias a fim de contribuir para a orientação e educação através do lazer sadio, usando o Sistema Preventivo de Dom Bosco com entretenimento através de atividades lúdicas e práticas esportivas.

No último dia 25, o projeto dos ‘Oratórios Paroquiais’ foi materializado em um livro lançado pela Arquidiocese de Belém do Pará que contém a apresentação do projeto, orientações para o processo de implantação, os impactos esperados e uma proposta de programação de oratório, que irá guiar as lideranças juvenis arquidiocesanas na instalação dos oratórios em suas paróquias ou espaços comunitários.

“Nós sonhamos alto, que todos os nossos espaços nas paróquias tenham oratórios”, disse Dom Alberto Taveira, arcebispo de Belém, em seu discurso, no dia do lançamento que aconteceu na Fundação Nazaré de Comunicação, com a presença de representantes das paróquias, diretores de escolas, membros da pastoral juvenil e representantes da Secretaria de Juventude do município Benevides e Wilson Cordeiro, Secretário de Esporte, Juventude e Lazer da Capital.

Na realidade arquidiocesana de Belém já existem iniciativas em espaços paroquiais, o objetivo é a criação e ampliação desses espaço, destacou Dom Alberto Taveira Corrêa, ainda em seu discurso, “Nós precisamos enfatizar, concretizar esse roteiro com as orientações paroquiais. Instrumento precioso, para tantos que se tornarão agentes propagadores e para que todos se contagiem”.

Evangelizar a pessoa na totalidade

Para Dom Antônio de Assis Ribeiro “A juventude grita através do vazio, ela grita através da violência, grita através da dispersão, ela está gritando através da criminalidade, está gritando através das múltiplas formas de violência”, disse o bispo auxiliar de Belém, que vê através da evangelização e da criação dos oratórios como uma das missões da Igreja “nós não evangelizamos o espírito, evangelizamos a pessoa na totalidade, na sua pluridimensionalidade, na sua grandeza de dimensões, e nós queremos evangelizar os jovens. Nós queremos uma evangelização aberta, uma evangelização dinâmica, uma evangelização que dê resposta para o vazio existencial”, disse.

O subsídio define o Oratório como uma experiência de convivência, de expressão cultural, entretenimento esportivo, música, teatro, artes, alegria, manifestação de talentos, reflexão e oração, que visa promover a dignidade humana dos jovens e suas famílias; para o Setor Juventude da Arquidiocese de Belém a meta é que até 2020 possa existir a cada quatro paróquias uma com o oratório implantado e funcionando semanalmente.

A elaboração do projeto e subsídio levou cerca de um ano de preparação, e segundo a coordenação trata-se de um resgate histórico de quatro séculos de bons resultados ainda hoje mundo afora, para saudar uma dívida com os jovens, em relação a dimensão lúdica nas comunidades paróquias.

A História dos Oratórios

Os “Oratórios” nasceram no contexto juvenil desafiador da Itália do século XVI, pelas mãos de São Felipe Neri como uma extensão da liturgia para promover a dimensão Lúdica aos jovens, século depois, reformado em “Oratórios Festivos” por São João Bosco, passou a contar com colaboradores/parceiros juvenis na missão de atração, proximidade e contato com crianças, adolescentes e jovens através do lazer.

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18 outubro 2019, 11:00