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 Teresa Folhadela encontra o Papa Francisco no Panamá Teresa Folhadela encontra o Papa Francisco no Panamá 

JMJ 2022: “…a Igreja somos todos a caminho”

Teresa Folhadela foi voluntária na Jornada Mundial da Juventude do Panamá neste ano de 2019. Em entrevista testemunha a sua alegria por ter participado no evento e relata o seu encontro pessoal com o Papa Francisco.

Rui Saraiva – Porto

Estudou enfermagem e exerceu durante algum tempo. Mas, trabalha agora numa startup que se dedica a organizações sociais. Teresa Folhadela tem 25 anos e a sua juventude tem sido vivida intensamente na participação ativa em organizações católicas, em particular, as Equipas de Jovens de Nossa Senhora. Teve a oportunidade de ser voluntária na JMJ do Panamá. Em entrevista fala sobre essa experiência e revela a sua alegria por se ter encontrado pessoalmente com o Papa Francisco. Um testemunho rumo à JMJ de 2022.

Ouça a reportagem completa

P: Como surgiu a hipótese de participar na Jornada Mundial da Juventude do Panamá?

R: Faço parte do Secretariado Internacional das Equipas (Jovens de Nossa Senhora) e foi a partir daí que veio um convite dos bispos de Portugal para dois jovens das Equipas.

P: Que tipo de trabalho é que desenvolveu na JMJ do Panamá?

R: O COL que é o Comité Organizador Local está dividido em várias secções. Existem secções de logística, de inscrições, de relações internacionais, de comunicação. Eu estava na parte da logística. Comecei mais na área da saúde, mas fiz um pouco de tudo.

P: Que significado teve para si participar na JMJ?

R: Eu já tinha vivido a JMJ de Cracóvia mas nunca tinha estado como voluntária e realmente é duro. É das 9h às 20h. Mas é muito bom. É um trabalho de formiguinha que ninguém vai reparar. Nos detalhes, no pequenino. Mas eu sinto-me chamada ao pequeno e ao discreto. E é um trabalho no qual ninguém vai reparar. Imagine que o que eu fiz durante muitos dias foi carimbar bilhetes. Os bilhetes com os quais as pessoas podiam entrar nos grandes eventos do Papa, pessoas com lugares específicos. Em mim ninguém reparou, mas se as pessoas não tivessem os carimbos nos bilhetes não conseguiriam entrar. E um exemplo que eu costumo dar é a centralidade de Jesus nas pessoas que estavam no Panamá. Ao meio-dia o COL podia parar para ir à missa.

P: Portanto, dar tempo à oração foi algo que a marcou nesta experiência?

R: Sim. Acho que é sempre a experiência de Marta e Maria. Podemos estar a ser Marta mas se não formos Maria estamos a perder alguma coisa. E havia vezes em que a minha oração era estar 3 horas no Excel. Outra coisa bonita é que nos cruzamos com gente de todo o mundo. Imensos carismas e espiritualidades.

P: Algum episódio que queira partilhar connosco…

R: Nós tínhamos três casas que era onde os voluntários internacionais viviam. E eu dormi numa casa com uma comunidade do Shalom, que é um movimento recente com 37 anos. Vivem muito para missionar os jovens. No Brasil têm imenso impacto e na América Latina. E cantam imenso e são muito carismáticos. O que é um bocadinho diferente da forma como eu vivo o meu amor e a minha oração. E assim consegui ver que tudo se encaixa em Cristo. E todos caminhamos para Cristo. E há uns que vão dar a volta ao mundo e outros que vão sempre pela mesma estrada. Uns que é a cantar que encontram mais Jesus e outros mais no silêncio e no recolhimento. Mas tudo vai dar a Jesus e isso é uma coisa mesmo bonita. E isso é exigente. Mas uma exigência de amor. (…) Por exemplo, nós íamos imensas vezes a pé para o trabalho a rezar o Terço.

P: E como foi acolher depois a notícia de que toda essa graça e a organização de um grande evento vai passar por Lisboa e por Portugal em 2022?

R: Foi espetacular. Foi um dia muito bonito para mim porque além de ter acolhido a notícia também estive com o Papa pessoalmente nessa tarde. Eu já sabia que iam dizer a notícia mas também estava nervosa porque ia ter um momento com o Papa. (…) E fiquei num sítio onde não tinha portugueses à volta. E foi muito giro. (…)

P: E esteve com o Papa…

R: Nessa tarde houve um encontro de voluntários. E eu tive uma graça enorme, que eu ainda não sei muito bem como é que aconteceu. Foi um presente. Eu costumo dizer que os presentes de Deus são chocolates porque eu gosto muito de chocolates… Tive a oportunidade de estar com o Papa. Nesse encontro dos voluntários eu fui uma dos que foram escolhidos para estar com o Papa. Eu disse: Santo Padre posso-lhe dar um abraço? E ele disse: Claro. Supostamente, segundo o protocolo, devia-lhe ter feito uma vénia… E foi muito bom porque é Pedro. E isso para mim foi muito comovente… É Pedro, a mesma pessoa que negou Jesus três vezes e que faz caminho e que faz Igreja. E que tem tantos desafios. Eu já rezava muito pelo Papa e encontrá-lo no Panamá foi mesmo perceber que o Papa é uma pessoa próxima. E isso foi uma coisa que eu aprendi: a Igreja somos todos a caminho.

P: Alguma expectativa especial para a JMJ de Lisboa?

R: Eu acho que a Jornada de Lisboa, como o Papa pediu, tem de ser uma Jornada missionária. E Portugal é ponte para países africanos e um país onde todos se sentem acolhidos. E eu tenho muita expectativa sobre como um país europeu acolhe, mesmo nestas questões das migrações que é um tema tão europeu. Todos cabem na mesa do Senhor. E também alguma expectativa sobre como viver a Laudato Sí nas JMJ.
Teresa Folhadela, viveu intensamente a JMJ do Panamá em 2019 como voluntária. Um primeiro testemunho de jovens portugueses rumo à JMJ de Lisboa em 2022.

Laudetur Iesus Christus

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19 setembro 2019, 15:47