Laudato Si', Carta encíclica do Papa Francisco sobre o cuidado da casa comum Laudato Si', Carta encíclica do Papa Francisco sobre o cuidado da casa comum 

Igreja na Espanha promove Seminário sobre a "Laudato si'"

O comunicado do Seminário recorda que o próximo Sínodo sobre a Amazônia, que se realizará de 6 a 27 de outubro próximo no Vaticano, é uma oportunidade para a Igreja colocar-se à escuta do grito da Terra e das populações pobres, “para curar nossas feridas, a fim de que protejamos o mundo, ao invés de depredá-lo, para promover a vida e a beleza e não a poluição e a destruição”

Cidade do Vaticano

A Comissão para a pastoral social da Conferência Episcopal Espanhola, junto a outras instituições da ação social da Igreja (Caritas, Confer, Justiça e Paz, Manos Unidas), a redes e associações como o Movimento escoteiros católico e o Movimento católico mundial pelo clima, participou, de 5 a 7 de julho em Madri, do III Seminário de ecologia integral.

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O objetivo era responder à pergunta tema do encontro: “Laudato si’. Comecemos da nossa casa?”. Para esse fim foram ouvidas e partilhadas experiências que estão sendo desenvolvidas em paróquias, associações juvenis, mosteiros e casas de espiritualidade, bem como as realizadas com grupos de pessoas marginalizadas que, mediante a ecologia, estão se integrando ativamente na sociedade.

A conversão ecológica diz respeito a toda a sociedade

A conversão ecológica “é um processo que deve ser atinente a toda a sociedade; ninguém deveria sentir-se marginalizado quando ouve o grito da terra e da pobreza. É parte essencial da nossa fé. É essencial a conversão a partir de baixo. É importante que, nesse processo, trabalhemos juntos com as estruturas eclesiais, as paróquias e outras confissões. As experiências feitas na França pela ‘Igreja verde’ (Église verte) e pela Comissão de ecologia integral da Arquidiocese de Madri encheram-nos de esperança, mostrando-nos que tal conversão é possível”, lê-se no comunicado final.

Salvaguardar ambiente e contrastar cultura do descarte

O Movimento católico mundial pelo clima indicou uma série de lugares em diferentes partes do mundo nos quais esta conversão ecológica já está dando seus frutos. Também o movimento escoteiro católico, por exemplo, demonstrou que os jovens têm a peito e interesse a tutela da criação e como se pode desfrutar o tempo livre sem usar necessariamente combustíveis fósseis, convivendo em harmonia com o ambiente e a natureza vistos como lugares sagrados e de encontro com Deus, conosco mesmos e com quem nos circunda.

Segundo os relatores do seminário, o modelo atual de desenvolvimento coloca-se em detrimento das pessoas mais fracas que são descartadas e excluídas da sociedade. A propósito, manifestam apreço pelo trabalho realizado por algumas realidades de empreendedorismo que atuam pela salvaguarda do ambiente e contrastam a cultura do descartável.

Agradecer a Deus pelas belezas da criação

Outro exemplo é dado pelo instituto penitenciário de Castellón, onde os encarcerados realizam várias atividades e promovem iniciativas sobre a educação ambiental.

Além disso, com o objetivo de alimentar uma espiritualidade que favoreça o respeito pela criação, são indicadas as iniciativas do mosteiro de Santa Maria de Poblet, na Espanha, onde é possível imergir-se na contemplação e agradecer a Deus pelas belezas que nos presenteou.

É essencial criar e acompanhar processos de conversão ecológica ligados a comunidades; a improvisação e o personalismo não são caminhos praticáveis. Por essa razão, é necessário dispor de equipe de especialistas que aconselhem, acompanhem, reforcem, façam diagnósticos ecológicos integrais e, nesse caso, coloquem as indicações e as sugestões da Laudato si’ em prática.

Sínodo: escutar o grito da terra e das populações pobres

Ressalta-se no comunicado que neste processo de destruição ambiental resulta que as mulheres são as que mais sofrem as consequências da mudança climática e são também as vítimas principais na tentativa de defender o território contra quem busca destruir o ambiente para apossar-se dos recursos naturais.

Por fim, o comunicado recorda que o próximo Sínodo sobre a Amazônia, que se realizará de 6 a 27 de outubro próximo no Vaticano, é uma oportunidade para a Igreja colocar-se à escuta do grito da Terra e das populações pobres, “para curar nossas feridas, a fim de que protejamos o mundo, ao invés de depredá-lo, para promover a vida e a beleza e não a poluição e a destruição”.

(L’Osservatore Romano)

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17 julho 2019, 16:01