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Bispos dos EUA temem possível suspensão do programa para refugiados

Um artigo publicado na revista “Politico” deixou os bispos americanos muito preocupados. Na reportagem assinala-se que o governo Trump pretende suspender o programa de reinserção nos Estados Unidos dos refugiados que fogem de perseguições e guerras

Cidade do Vaticano

A notícia foi definida “inquietante e contrária aos princípios que temos como nação e povo”, escreveu o bispo Dom Joe S. Vásquez, presidente da Comissão para a Imigração da Conferência Episcopal dos Estados Unidos. “Oponho-me firmemente a qualquer ulterior redução do programa de reinserção dos refugiados”, declarou Dom Vásquez, que considera o oferecimento de refúgio “aos que fogem das perseguições religiosas ou de outra natureza, um marco histórico, que caracteriza a grandeza deste país” e não aceita a decisão de pôr fim ao programa, exatamente no auge da maior crise humanitária vivida desde o início deste século.

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Cortes da administração Trump à entrada de refugiados no país

Em 1980, os EUA aprovaram uma lei sobre os refugiados que permite a entrada de uma média de 95 mil refugiados por ano. Nos últimos anos entraram entre 50 a 75 mil pessoas por ano. A administração Trump cortou as entradas, reduzindo-as a 45 mil no primeiro ano de governo, 30 mil em 2019 e as previsões, seriam de chegar a zero em 2020.

Trabalhar para a globalização da solidariedade

“Todo refugiado reinserido nos Estados Unidos passa por um amplo processo de controle que muitas vezes requer de 18 meses a dois anos para ser completado”, observou o presidente da Comissão detalhando que no programa de acolhida são feitas entrevistas ao vivo e vários controles aprofundados por parte de várias agências e departamentos governamentais. Além disso, “muitos destes refugiados têm ligações familiares nos Estados Unidos e logo começam a trabalhar para reconstruir suas vidas e enriquecer sua comunidade”. Dom Vásquez espera que sejam restabelecidos os números do precedente programa de reinserção, isto é 95 mil, para “não deixar os refugiados em perigo” e citando o Papa Francisco convida a “trabalhar para a globalização da solidariedade com os refugiados, e não para uma globalização da indiferença”.

Em 2019 entraram refugiados de 10 países, mas não da América Central ou México

O último relatório do Departamento de Estado Americano confirmou que em 2019 os primeiros dez países de origem dos refugiados que foram admitidos no país foram: Congo, Myanmar, Ucrânia, Eritreia, Afeganistão, Síria, Iraque, Sudão, Burundi e Colômbia. Na lista não estão presentes os países de fronteira ou da América Central, objeto de ordens executivas particularmente severas por parte do Presidente Trump.

 

 

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24 julho 2019, 10:08