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Índia: após as eleições, novos ataques contra cristãos

No povoado de Bodiguda, uma multidão de 300 radicais hinduístas devastou as casas de três famílias cristãs que recusaram-se a abjurar da própria fé. A polícia não quis fazer o registro da denúncia.

Ataques contra os cristãos recomeçaram na Índia, após as eleições gerais de 2019. O último episódio de violência - relata a agência Asianews - aconteceu em um vilarejo de Chhattisgarh no dia 23 de maio, mas a notícia foi divulgada somente na segunda-feira, 27. Uma multidão de cerca de 300 pessoas saqueou e devastou as casas de três famílias cristãs, "culpadas" por não terem abjurado da própria fé.

O alvo:  três famílias cristãs, que recusaram-se a abjurar da própria fé

 

A violência ocorreu no povoado de Bodiguda, Distrito de Sukma. Segundo testemunhas, o conselho da aldeia foi convocado no dia do ataque, para colocar no banco dos réus os fiéis da minoria cristã. Diante da recusa em renegarem o cristianismo, a multidão de cerca 300 radicais hinduístas investiu contra suas moradias, revirando tudo e destruindo os telhados. Os três pais de família - Sariyam Irma, Urma Deta e Padam Supa - foram obrigados a abandonar o povoado, para evitarem um mal maior.

 

Polícia não registra a queixa

 

O ativista de Nova Delhi e  diretor do setor de desenvolvimento da ADF India (Alliance Defending Freedom), AC Michael, contou à Asia News que Son Singh Jhali, advogado que acompanha o caso, "ajudou os cristãos a compilar a queixa, mas a polícia recusou-se em fazer o registo de uma queixa formal. Os agentes queriam forçar os cristãos a chegarem a um acordo com seus perseguidores".

Por fim – acrescentou -  o advogado "acompanhou-os até o escritório do magistrado do distrito, onde foi possível fazer o registro do caso. O funcionário da justiça prometeu ações apropriadas".

Campanha eleitoral marcada por vários tipos de violência contra minorias

 

As eleições deste ano foram marcadas por numerosos episódios de violência e intimidação contra minorias religiosas: não apenas cristãos, mas também muçulmanos. O incidente não é um bom sinal em vista da criação daquela Índia "inclusiva", da qual o Primeiro Ministro Narendra Modi falou logo que foi reeleito.

De fato, durante seu primeiro mandato, ativistas e líderes religiosos relataram uma onda de abusos contra aqueles que não professam a religião hinduísta da maioria.

(Asia News)

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28 maio 2019, 13:14