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Card. Barreto: devemos tomar consciência de que a Amazônia é para a humanidade

O card. Pedro Barreto Jimeno, S.J., arcebispo de Huancayo (Peru), vice-presidente da Conferência Episcopal Peruana e vice-presidente da Rede Eclesial Pan-Amazônica (REPAM), comenta as propostas e desafios da Conferência Internacional organizada pela REPAM nos Estados Unidos.

Renato Martinez, Silvonei José - Cidade do Vaticano

"O principal desafio para este Sínodo é que se concentre na Amazônia, nos 7,5 milhões de quilômetros quadrados existentes, com mais de 300 comunidades indígenas amazônicas, com mais de 240 idiomas dentro da Amazônia e todos os problemas socioambientais que a rodeiam", disse o card. Pedro Barreto Jimeno, S.J., arcebispo de Huancayo (Peru), vice-presidente da Conferência Episcopal Peruana e vice-presidente da Rede Eclesial Pan-Amazônica (REPAM), dialogando com a nossa colega Sofia Lobos sobre as contribuições e propostas da Conferência Internacional "Ecologia Integral: uma resposta sinodal da Amazônia e outros biomas/territórios essenciais para o cuidado da nossa casa comum", organizada pela REPAM, entre os dia 19 e 21 de março, na Universidade de Georgetown em Washington (Estados Unidos).

Em processo de preparação ao Sínodo Amazônico

O Arcebispo de Huancayo destacou que representantes dos cinco continentes participaram desta Conferência Internacional, incluindo cardeais, bispos, sacerdotes, leigos e, de maneira especial, indígenas representando vários continentes, onde se experimentou a universalidade da Igreja. "Neste encontro sentimo-nos chamados pelo Papa Francisco - afirmou o card. Barreto - já que foi o Papa quem iniciou este processo de preparação para o Sínodo Amazônico na cidade de Puerto Maldonado, na região amazônica do sul do Peru". O que mais chamou a atenção nesta Conferência, disse o prelado, foi a participação ativa dos povos indígenas, não só da Amazônia, mas também da América Central e dos Estados Unidos. "Há muitas culturas ancestrais e diversas tradições - acrescentou o arcebispo de Huancayo -, mas há uma unidade no respeito pela vida, no respeito pela criação de Deus e, em suma, como disse o Papa Francisco, temos de aprender com os indígenas”.

As metas e desafios na preparação para o Sínodo

O card. Pedro Barreto, explicando as metas e desafios que foram evidenciados neste processo de preparação para o Sínodo Pan-Amazônico, disse que "o principal desafio é que esse Sínodo tem que ser focado na Amazônia, nos 7,5 milhões de km2 que existem, com mais de 300 comunidades indígenas amazônicas, com mais de 240 idiomas dentro da Amazônia e todos os problemas socio-ambientais que a rodeiam. Além disso, o vice-presidente da REPAM disse que na Conferência Internacional vimos que a ecologia não só é parte integrante dessa área em particular, mas que terá uma relação direta com as populações indígenas do mundo e, em geral, com toda a humanidade, pois o que se vivencia como um problema na Amazônia também se reflete nos problemas dos diferentes países. Por esta razão,  disse o card. Barreto, "o desafio é tomar consciência de que a Amazônia é para a humanidade”.

Povos indígenas e nativos no centro do Sínodo

O vice-presidente da Conferência Episcopal Peruana destacou que uma das expectativas do próximo Sínodo é poder manter o entusiasmo que esta convocação do Papa despertou durante sua visita ao Peru. "Os povos indígenas sentem-se parte de uma Igreja que não só os escuta - enfatizou o card. Barreto -, mas os leva em conta e os acompanha, e que eles são membros do Povo Santo fiel de Deus e, neste sentido, há uma expectativa de que este Sínodo reforce este entusiasmo dos povos indígenas do mundo. Outro aspecto importante, concluiu o arcebispo de Huancayo, é que a Igreja se sinta unida pelos efeitos da mudança climática que já estamos vivendo com força, e este Sínodo seja o espaço para poder trabalhar juntos e poder dialogar entre todos.

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05 abril 2019, 11:50