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Arcebispo de Lyon, cardeal Philippe Barbarin Arcebispo de Lyon, cardeal Philippe Barbarin 

Cardeal Barbarin condenado a seis meses de prisão com a condicional

O arcebispo francês de Lyon foi reconhecido "culpado por não ter denunciado maus-tratos" contra um menor entre 2014 e 2015: o caso diz respeito às acusações contra um sacerdote da sua arquidioceses que, capelão dos escoteiros nos anos 70 e 80, teria abusado de mais de 70 jovens. Advogado do purpurado anunciou recurso contra a sentença

Cidade do Vaticano

O Tribunal de Lyon pronunciou esta quinta-feira (07/03) a sentença no âmbito do processo ao cardeal Philippe Barbarin, condenando o arcebispo da cidade francesa a seis meses de detenção com a condicional. O presidente da Corte julgou-o “culpado por não ter denunciado os maus-tratos” a um menor entre 2014 e 2015. O cardeal Barbarin não estava presente no memento do veredicto, mas seus advogados imediatamente anunciaram recorrer contra a sentença.

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Anunciado recurso

Ao final do julgamento, em janeiro, o ministério público não pediu nenhuma condenação nem contra o purpurado nem contra os cinco ex-membros da arquidiocese imputados. “A motivação da Corte não convence. Nós nos oporemos a essa decisão mediante todos as vias legais apropriadas”, disse o advogado do cardeal, Jean-Félix Luciani.

O advogado denunciou também a pressão midiática contra o arcebispo de Lyon, “com documentários e um filme” invocando “respeito pela justiça”.

As vítimas

O presidente da associação ‘A Palavra libertada’ em defesa da vida, François Devaux, acolheu com favor o veredicto, falando de uma “grande vitória para a proteção dos menores”. Um grupo de dez vítimas de Pe. Bernard Preynan, sacerdote da Arquidiocese de Lyon, tinha acusado o cardeal e seus colaboradores de não ter denunciado o religioso à justiça e de ter demorado na decisão de suspendê-lo de suas atividades pastorais.

Capelão dos escoteiros nos anos 70 e 80 na periferia de Lyon, o sacerdote teria abusado de mais de 70 jovens escoteiros pertencentes a um grupo que não era afiliado aos movimentos oficiais do escotismo. A dimensão do escândalo abalou profundamente a Arquidiocese de Lyon e a Igreja na França.

Cardeal Barbarin: sacerdote removido em 2015

“Jamais, repito, jamais procurei esconder nada, e muito menos esses fatos terríveis”, disse o cardeal Barbarin numa declaração lida no Tribunal em janeiro passado. Em 31 de agosto de 2015, de comum acordo com a Santa Sé, o purpurado removera Pe. Preynat de suas funções.

“Fiz exatamente aquilo que Roma me pediu que fizesse”, afirmou, embora admitindo ter sido “imprudente” quando em 2011 nomeou Pe. Preynat responsável por um regional administrativo próximo de Roanne.

Terceiro bispo condenado na França

O cardeal Barbarin é o terceiro bispo francês a ser condenado num processo concernente a abusos sexuais. Em 2001, o bispo Pierre Pican de Bayeux-Lisieux foi condenado a três meses de reclusão com a condicional. Mais recentemente, em 22 de novembro passado, Dom André Fort, que já foi bispo de Orléans, foi condenado a oito meses com a condicional.

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07 março 2019, 14:34