Papa Francisco com representantes da comunidade Rohingya em 1º de dezembro de 2017, em Bangladesh Papa Francisco com representantes da comunidade Rohingya em 1º de dezembro de 2017, em Bangladesh 

Bispos asiáticos: enfrentar com firmeza a crise dos Rohingya

Dom D’Silva: “Em unidade espiritual com o Papa Francisco, que em 1º de dezembro de 2017 encontrou 16 representantes da comunidade Rohingya, também nós ficamos profundamente comovidos com as histórias deles e recordamos aquilo que disse o Pontífice: Não fechemos nossos corações, não desviemos o olhar para o outro lado. A presença de Deus, hoje, é também chamada Rohingya”

Cidade do Vaticano

É urgente que a comunidade internacional se esforce para encontrar uma solução diplomática para a crise dos refugiados Rohingya, fugidos de Mianmar para Bangladesh.

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É o que pede a Federação das Conferências Episcopais Asiáticas (FABC) após uma delegação de 40 representantes da Igreja católica de 11 países da Ásia ter visitado dias atrás os campos de refugiados dos Rohingya em Bangladesh, na localidade de Cox’s Bazar, no distrito de Chattogram, na fronteira entre Bangladesh e Mianmar (países do sudeste asiático).

Refugiados e energias renováveis

A visita foi prevista no âmbito da Conferência internacional centralizada em dois temas: a questão dos refugiados e das energias renováveis, analisadas no contexto asiático. A iniciativa foi organizada deste 11 a 17 de fevereiro em Cox’s Bazar pelo Setor para o Desenvolvimento Humano (OHD) da Federação das Conferências Episcopais Asiáticas, em colaboração com a Comissão Episcopal para a Justiça e a Paz da Conferência Episcopal de Bangladesh (CBCB) e com a Rede para a Justiça e a Paz na Ásia-Pacífico (APJPWN).

Necessário voz unívoca

Durante a conferência, os delegados tiveram a oportunidade de visitar os deslocados dos Rohingya acolhidos em Kutupalong, Ukhia, Cox’s Bazar e puderam  interagir com alguns deles, ouvindo seus problemas e suas preocupações.

“A comunidade internacional é chamada a unir-se numa só voz para ajudar os refugiados Rohingya e encontrar uma solução nesta crise”, disse o bispo auxiliar da Arquidiocese de Bombay (na Índia) e secretário executivo do Setor para o desenvolvimento humano e a mudança climática na Federação das Conferências Episcopais Asiáticas, Dom Allwyn D’Silva.

Unidade espiritual com o Papa

“Em unidade espiritual com o Papa Francisco, que em 1º de dezembro de 2017 encontrou 16 representantes da comunidade Rohingya, também nós ficamos profundamente comovidos com as histórias deles e recordamos aquilo que disse o Pontífice: Não fechemos nossos corações, não desviemos o olhar para o outro lado. A presença de Deus, hoje, é também chamada Rohingya”, recordou Dom D’Silva.

Nesta visita reconhecemos a atitude acolhedora do povo e do governo de Bangladesh que abriu as portas e o coração aos Rohingya. Apreciamos a colaboração deles com muitas pessoas de boa vontade ao responder às necessidades imediatas dos deslocados Rohingya.

Preocupação com as mulheres e crianças

Ademais, olhamos com favor a assistência generosa e profissional dada aos refugiados Rohingya pela Igreja católica em Bangladesh através da Caritas, com o apoio da rede internacional da Caritas, junto a outras organizações religiosas, agências das Nações Unidas e Ong”, ressaltou o bispo auxiliar de Bombay.

“Temos consciência dos problemas e dos obstáculos da acomodação temporânea oferecida aos deslocados Rohingya, bem como dos desafios postos às autoridades para responder pronta e eficazmente às necessidades humanitárias, dado o alcance maciço do afluxo de pessoas. Estamos particularmente preocupados com a vulnerabilidade de muitas mulheres e crianças e compreendemos as numerosas dificuldades das comunidades que as acolhem”, observou Dom D’Silva.

Dados sobre os Rohingya

“Não podemos deixar de expressar profunda solidariedade aos Rohingya. A comunidade mundial deve agir junta para ajudá-los”, acrescentou, por sua vez, Pe. Charles Irudayam, um dos delegados da Conferência, proveniente da Índia.

Mais de 740 mil Rohingya fugiram de Mianmar para o vizinho Bangladesh após as violências registradas em 2016 e 2017 no estado birmanês de Rakhine, onde residiam.

(Fides)

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18 fevereiro 2019, 13:47