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JMJ-2019: manifesto dos jovens pelo cuidado da casa comum

Um convite também aos bispos a “apoiar os jovens na realização de programas voltados para o cuidado da casa comum e, em particular, favorecer projetos de defesa daquele ‘pulmão do planeta’ que é a floresta amazônica com seus habitantes indígenas”.

Cidade do Vaticano

Cinco pedidos aos políticos e às instituições competentes para enfrentar “com decisão e, sem mais tardar”, emergências igualmente imperiosas. É o que se lê no manifesto dos Jovens da JMJ 2019 em prol do cuidado da casa comum, redigido ao término do simpósio sobre o tema “Conversão ecológica em ação”, realizado estes dias no Panamá, em vista do grande evento juvenil, que tem lugar a partir desta terça-feira até o próximo domingo (22 a 27 de janeiro), com a participação do Papa Francisco, que chega esta quarta-feira, dia 23, ao país centro-americano.

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Em primeiro lugar, os jovens pedem que busquem “alcançar 100% de energia renovável, para dar fim à era dos combustíveis fósseis, em linha com o objetivo do Acordo de Paris de limitar o aquecimento global a 1,5 ºC”.

Em seguida, dirigem o olhar para as migrações e pedem que seja aplicado o Global Compact (Pacto mundial por uma migração segura, ordenada e regular) “para enfrentar o tema dos refugiados ambientais a fim de que ninguém seja deixado para trás”.

Acesso universal à água potável até 2030

E ainda, que “trabalhem a fim de proteger ao menos 30% dos ecossistemas do planeta até 2030, com atenção especial para as comunidades indígenas que vivem nestas regiões de elevada biodiversidade, em aplicação à Convenção da Onu sobre diversidade biológica”.

Outro compromisso solicitado aos líderes políticos e às instituições competentes é por um “acesso universal e equânime à água potável até 2030, como previsto pelo sexto objetivo de desenvolvimento sustentável da Agenda 2030 da Onu”.

Por fim, o pedido à adoção de um modelo de economia ‘circular’, para “superar o mito moderno do progresso material ilimitado e o paradigma do crescimento sem limites”.

Acelerar a aplicação da Laudato si’

“Pedimos aos bispos e aos representantes da Igreja que acelerem a aplicação da Laudato si’.” Os jovens indicam quatro modos para realizar esse processo.

O primeiro é o encorajamento à conversão ecológica em andamento “mediante programas educacionais e de formação em todos os níveis, acompanhados por iniciativas especiais para cultivar a dimensão ecológica da nossa fé, inclusive através da celebração anual do Tempo da Criação”.

“Por conseguinte, é preciso superar um interesse muitas vezes marginal e episódico para passar a um compromisso sistemático e orgânico”, afirmam os jovens.

Conversão à simplicidade e à sustentabilidade

Um segundo pedido é à promoção a “uma conversão dos estilos de vida endereçada à simplicidade e à sustentabilidade, mediante o compromisso a passar nas estruturas eclesiais a 100% de energia renovável e a alcançar o objetivo de emissões zero de carbono até 2030 ou antes disso”.

E ainda, o pedido a adotar “linhas-mestras sobre investimentos éticos que distanciem os capitais dos combustíveis fósseis, considerando que, se se quiser respeitar o limite estabelecido pelo Acordo de Paris, devemos manter no subsolo a maior parte do carburante fóssil”.

Por fim, o convite aos bispos a “apoiar os jovens na realização de programas voltados para o cuidado da casa comum e, em particular, favorecer projetos de defesa daquele ‘pulmão do planeta’ que é a floresta amazônica com seus habitantes indígenas”.

(Sir)

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22 janeiro 2019, 16:14