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Manifestações na Venezuela: "é um direito".

O Cardeal venezuelano Baltazar Enrique Porras Cardozo convidou os padres da Arquidiocese de Caracas a “unirem-se as manifestações no país, porque é um direito”.

Cidade do Vaticano

O cardeal Enrique Porras Cardozo está no Panamá para participar com os jovens venezuelanos da Jornada Mundial da Juventude. Administrador apostólico de Caracas e Arcebispo de Merida deu o seu consenso aos padres para expressarem o desejo de mudança, participando da manifestação “porque é um direito”. Trata-se de uma marcha pacífica convocada para esta quarta-feira (23/01) pelo Congresso Nacional, para a recuperação da democracia no País.

A mensagem dirigida aos sacerdotes diz:

“Sair e manifestar é um direito, se o fizeres sem protagonismo, sem slogans políticos, numa atitude fraterna. Sair simplesmente para acompanhar e proteger as pessoas (especialmente as mais vulneráveis) e transmitir-lhes esperança, alegria e paz.”

Dom Enrique exortou as forças de segurança do Estado a respeitarem o direito de protestar: "Manifestações pacíficas não podem ser reprimidas porque são a única maneira de as pessoas expressarem seu mal-estar e serem ouvidas para sair - através da compreensão - da grave crise”.

O Congresso Nacional - O parlamento eleito em 2015 e demitido pelo governo do Presidente Maduro - convocou uma manifestação contra a reeleição de Maduro, acusando-o de "usurpar o poder", a fim de iniciar um processo de transição que leve a novas eleições.

Poucas horas antes do início das manifestações pacíficas contra a reeleição do presidente Nicolás Maduro e pelo restabelecimento da democracia na Venezuela, a Conferência Episcopal emitiu um comunicado para exortar os venezuelanos a não serem meros espectadores do que está ocorrendo no país, 

“Mas atores na vanguarda para iniciar as "mudanças necessárias, mas sempre na democracia e de acordo com a constituição nacional.”

Os bispos afirmam que "as marchas organizadas para este 23 de janeiro, em todo o território nacional, são um sinal de esperança" e pedem às Forças Armadas Nacionais e aos diversos órgãos de segurança do Estado que protejam a população, a acompanhem e a respeitem.  Mas também advertem contra as ações de "grupos anarquistas" que geram violência: "Estes grupos são os que devem deter os órgãos de segurança do Estado em defesa da população civil que marcha pacificamente".

Os bispos afirmam que a dramática situação dos direitos humanos e da qualidade de vida é conseqüência das ações de um "regime de governo no qual muitos depositaram suas esperanças, mas que, ao final, foi contrário aos princípios da ética social e do respeito à dignidade humana".

“Perante esta realidade que descrevemos como uma tragédia nacional, é sabido que a maioria das pessoas pedem uma mudança de rumo através de um período de transição para eleger novas autoridades nacionais.”

Inquietos e esperançosos, pedimos ao Senhor o dom da força

“Jesus Cristo, nosso Senhor, nesta hora de tantas necessidades em nosso país - concluem os bispos - nos sentimos inquietos e esperançosos, e pedimos força como dom precioso do teu Espírito. Queremos ser um povo identificado com o respeito à dignidade humana, à liberdade, à justiça e ao compromisso com o bem comum.”

 

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23 janeiro 2019, 13:11