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 Celebração em Moxico, Angola Celebração em Moxico, Angola 

Angola: mais de mil edifícios de culto fechados em pouco mais de um mês

Nova lei estabelece regras rígidas para criação e modificação de institutos religiosos, o que inviabiliza o funcionamento de igrejas com poucos fiéis no país.

Cidade do Vaticano

Mais de mil edifícios de culto cristão foram fechados pelas autoridades angolanas entre os dias 6 de novembro e 25 de dezembro, por serem considerados pertencentes a seitas religiosas não autorizadas. A decisão segue a aprovação de uma nova lei que exige o registro desses locais junto ao governo com a assinatura de pelo menos cem mil fiéis.

De acordo com os novos procedimentos para a criação e modificação de institutos religiosos, todos as religiões devem procurar os Ministérios da Justiça e da Cultura para registro e reconhecimento legal. A regra mais difícil de ser cumprida pelas religiões, no entanto, é a obrigatoriedade de “ter um mínimo de cem mil membros e estar presente em pelo menos 12 das 18 províncias do país”.

Esses requisitos implicam na proibição do registro de minorias religiosas, como a comunidade islâmica e algumas igrejas evangélicas. "Mais de 50% das igrejas em nosso país são estrangeiras, vindas principalmente da República Democrática do Congo, Brasil, Nigéria e Senegal”, afirmou o diretor nacional de assuntos religiosos do Ministério da Cultura de Angola, Francisco de Castro Maria. "A adoção dessa nova disposição é o resultado de um longo processo de luta contra o estabelecimento de novas seitas religiosas em Angola, que começou em 2013. Naquela época, o país tinha cerca de novecentas novas igrejas. Dessas, apenas oitenta e três foram oficialmente reconhecidas pelo Ministério da Cultura e autorizadas a realizarem suas atividades”, explicou o diretor.

Além do fechamento dos locais de culto, onze pastores de igrejas cristãs foram detidos em Cabinda pela polícia nacional por "desobediência". De acordo com declaração emitida pelo comando policial provincial, esses pastores foram presos durante operações realizadas entre os dias 16 e 23 de dezembro. "De uma maneira deliberada e repetitiva, eles reabriram suas igrejas enquanto estavam fechadas. Agiram contra a lei ", explica o comunicado. (L’Osservatore Romano)

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04 janeiro 2019, 18:39