Dom Mandagi: a harmonia religiosa não é somente um conceito, mas algo a ser vivido com ações concretas Dom Mandagi: a harmonia religiosa não é somente um conceito, mas algo a ser vivido com ações concretas 

Diocese indonésia de Ambon engajada no diálogo inter-religioso

Em janeiro de 1999, um desentendimento entre um cristão e alguns jovens muçulmanos, verificado em Ambon, foi a centelha que deflagrou um conflito sectário entre fiéis de ambas as partes que durou quatro anos. Centenas de igrejas e mesquitas e milhares de casas residenciais foram destruídas. Ao menos cinco mil pessoas foram assassinadas e houve meio milhão de deslocados.

Cidade do Vaticano

Cultivar e promover o diálogo inter-religioso é o caminho para construir a harmonia social e para curar as feridas da guerra: foi o que afirmou à agência missionária Fides o bispo Petrus Canisius Mandagi, à frente da Diocese de Ambon, capital das Molucas, ilhas indonésias atormentadas por um conflito civil e religioso nos anos 1999-2002. Desde então, nas ilhas, a Igreja encontra-se empenhada em reforçar as boas relações com os outros credos, disse o bispo Mandagi.

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Interação recíproca e partilha

“A harmonia religiosa não é somente um conceito do qual falar, mas é algo a ser vivido com ações concretas”, explicou o prelado. Desse modo, quando os muçulmanos, que são a maioria da população, realizam seus encontros, os cristãos os ajudam e os apoiam, e vice-versa: criam-se assim os laços de amizade e compreensão, acrescentou.

Habitualmente, Dom Mandagi visita as famílias muçulmanas de casa em casa, “como sinal de boa vontade, compreensão e irmandade, de modo que as tensões e as divisões possam ser resolvidas mediante a interação recíproca e a partilha”, observou.

Confiança recíproca

Segundo o bispo de Ambon a chave para manter a harmonia comunitária é “fazer boas amizades com todos, independentemente do background religioso que possam ter. O que importa é confiança um no outro. Devemos trabalhar diariamente por isso, de modo que todos os tipos de incompreensões possam ser evitados”.

Hoje em dia as paróquias, os sacerdotes, religiosos, leigos, institutos, associações e escolas da diocese apoiam os esforços do diálogo islâmico-cristão.

Casos de violência

Em janeiro de 1999, um desentendimento entre um cristão e alguns jovens muçulmanos, verificado em Ambon, foi a centelha que deflagrou um conflito sectário entre fiéis de ambas as partes que durou quatro anos.

Centenas de igrejas e mesquitas e milhares de casas residenciais foram destruídas. Ao menos cinco mil pessoas foram assassinadas e a contenda provocou ainda meio milhão de deslocados.

Dados estatísticos

Na metade de fevereiro de 2002, junto com os líderes religiosos e civis, o bispo Mandagi participou dos colóquios de mediação realizados em Malino, na província de Sulawesi Sul. O encontro concluiu-se com um acordo que deu fim ao conflito.

Segundo o anuário da Igreja católica indonésia, a Diocese de Ambon, cuja circunscrição eclesiástica engloba as províncias de Maluku e Maluku Norte, tem 119.665 católicos numa população total de 2 milhões e 900 mil habitantes.

(Fides)

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19 dezembro 2018, 15:43