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Protestos no Haiti contra o governo. Protestos no Haiti contra o governo.  

Haiti: o único projeto que permanece é o de Deus

Com o acirramento das manifestações nos dias que antecedem o Advento, Irmã Ideneide do Rego, Carmelita da Divina Providência, faz um apelo: “Jamais percam a esperança”.

Elisa Ventura, Bianca Fraccalvieri - Cidade do Vaticano

O Haiti é um dos países mais pobres do mundo e o mais pobre das Américas, segundo a Organização das Nações Unidas, ONU. Quase 60% dos 10,5 milhões de haitianos vivem abaixo da linha da pobreza (2,44 dólares por dia) e 24% na extrema pobreza (1,24 dólar por dia), de acordo com o Banco Mundial.

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É marcado por catástrofes naturais e crises sociopolíticas. Nos últimos dias, agravaram-se os conflitos e a violência entre os manifestantes que protestam contra o governo e a polícia. Irmã Ideneide do Rego, Carmelita da Divina Providência, que está em Porto Príncipe, capital haitiana, falou com a Rádio Vaticano – Vatican News sobre a realidade do país.

“Aqui no Haiti é o lugar do imprevisto, incerteza e insegurança. Imprevisto porque você planeja tudo e de repente explode um conflito que faz com que todos os seus projetos se tornem um nada. E a única certeza que faz com que a gente não se desespere, não se angustie, é que o único projeto que permanece firme é o de Deus e isso que nos anima”, afirma.

Dura realidade

Em Porto Príncipe, escolas, bancos e supermercados estão fechados há vários dias. As ruas estão vazias. Segundo a Irmã Neide, como é chamada, vive-se em uma total incerteza, sem saber como será o dia seguinte.

“O Haiti pára totalmente e os que mais sofrem são os pobres”, conta.

Preparação para o Natal

Às vésperas do Advento, que este ano começa no próximo domingo, dia 2 de dezembro, a Irmã Neide faz um apelo:

“O Advento a gente lembra que é um tempo de muita esperaça, de muita alegria, de muita luz. A certeza de que Deus se faz menino e veio habitar no meio de nós. E é isso que te dá segurança, a certeza de que Deus caminha conosco. O povo haitiano é um povo de muita esperança, de muita fé e eu penso que é isso que ainda os sustenta. E é isso que eu quero desejar a este povo haitiano que, realmente, este tempo do Advento, este tempo da vinda do menino Jesus, possa reacender essa luz de Deus no meio deles e que eles jamais percam a esperança”, diz.

“Igreja em saída”

Irmã Neide faz parte do projeto de solidariedade entre as igrejas do Brasil e do Haiti que surgiu depois da tragédia do terremoto na capital haitiana, em 2010. Uma iniciativa da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil, CNBB, e da Conferência dos Religiosos do Brasil, CRB. Ao todo, seis  religiosas da congregação integram a missão no país.

 

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30 novembro 2018, 12:11