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Fraternidade teológica latino-americana: viver acolhimento, construir a paz

A Conferência da Fraternidade teológica latino-americana foi uma ocasião importante para conhecer sempre mais como os grupos juvenis, em toda a América, estão atuando para que se descubra que o cristianismo não pode deixar de ser favorável ao acolhimento dos últimos, como os migrantes.

Cidade do Vaticano

Como os cristãos podem construir e viver uma teologia do acolhimento? Esta foi a pergunta que norteou a Conferência intitulada “Teologia migrante. Fé e deslocamento na era global”, concluída estes dias em Cidade do México.

Afirmar princípio do acolhimento evangélico

A Conferência foi organizada pela Fraternidade teológica latino-americana (Ftl), em colaboração com várias universidades e organismos americanos, entre os quais a seção norte-americana da Federação Mundial de Estudantes Cristãos, que é uma das seis seções deste organismo ecumênico, nascido em 1985 para favorecer a unidade dos cristãos.

Testemunho ecumênico no acolhimento aos migrantes

Os organizadores pensaram a Conferência como um momento para renovar a denúncia das políticas discriminatórias contra os migrantes – não somente dos EUA – e para relançar iniciativas e projetos ecumênicos que nestes anos ajudaram a compreender as raízes bíblicas e a necessidade de um testemunho ecumênico no acolhimento aos migrantes.

Na capital mexicana, os participantes tiveram a oportunidade de deter-se e refletir sobre o fenômeno das migrações em todas as suas múltiplas articulações, da sócio-política à teológico-pastoral para partilhar o que tem sido feito em numerosos contextos, onde os cristãos atuam para afirmar o princípio do acolhimento evangélico contra a construção de novas fronteiras.

Contribuição específica dos jovens

Foi particularmente significativa na conferência “Teologia migrante. Fé e deslocamento na era global” a contribuição dos jovens, reconhecendo assim que o caminho ecumênico cresce na partilha de experiências de jovens e de adultos.

Tinha sido pensado amplo espaço para os jovens, com a finalidade de favorecer uma reflexão crítica deles sobre a colonização, sobre a fé, sobre o cuidado pastoral e sobre o papel da Igreja para a justiça de modo que pudessem enriquecer os trabalhos da Conferência com uma contribuição específica deles.

Cristianismo não pode deixar de ser favorável ao acolhimento

 

Para além dessa contribuição – disseram alguns dos jovens presentes em Cidade do México –, a Conferência da Fraternidade teológica latino-americana foi uma ocasião importante para conhecer sempre mais como os grupos juvenis, em toda a América, estão atuando para que se descubra que o cristianismo não pode deixar de ser favorável ao acolhimento dos últimos.

A delegação da Federação Mundial de Estudantes Cristãos, que promoveu um programa voltado para a defesa dos últimos, como os migrantes, ressaltou a centralidade da denúncia das políticas discriminatórias em relação aos migrantes, que não caracterizam apenas a atual presidência dos EUA, mas de muitos países no mundo, tanto que foi relançado o documento de agosto passado com o qual a referida Federação expressou uma veemente condenação, baseada na fé em Cristo, contra toda política que impede que pais e filhos vivam juntos.

Viver e testemunhar a unidade no acolhimento

A Federação Mundial de Estudantes Cristãos tem a firme convicção de que viver o acolhimento constitui um dos passos importantes e fundamentais com os quais construir a paz, como foi reiterado, em setembro passado, na conclusão de um encontro internacional de jovens em apoio ao processo de paz entre as duas Coreias.

Em Cidade do México, além de reafirmar a centralidade do compromisso da Fraternidade teológica latino-americana na partilha de experiências ecumênicas de acolhimento, graças ao encontro de jovens americanos, foram discutidos projetos para “a criação de reflexões teológicas e materiais para a pastoral – tanto em inglês quanto em espanhol – que poderão ser usados no continente, por cristãos de várias confissões, para viver e para testemunhar a unidade no acolhimento”.

(L’Osservatore Romano)

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30 outubro 2018, 11:42