Há alguns meses a região se encontra em estado de emergência devido à presença de terroristas provenientes do Mali e de Burkina Faso, relatou um sacerdote à Agência Fides Há alguns meses a região se encontra em estado de emergência devido à presença de terroristas provenientes do Mali e de Burkina Faso, relatou um sacerdote à Agência Fides 

Sacerdote italiano sequestrado no Níger

O trabalho do padre Pierluigi Maccalli entrava em choque com práticas das culturas tradicionais africanas, o que pode ter motivado o sequestro.

Cidade do Vaticano

“Na noite entre a segunda-feira 17 e terça-feira 18, foi sequestrado por supostos jihadistas ativos na região, o padre Pierluigi Maccalli, da Sociedade das Missões Africadas (SMA)”, informou o padre Mauto Armanino à Agência Fides.

“Há alguns meses a região se encontra em estado de emergência devido à presença de terroristas provenientes do Mali e de Burkina Faso”, acrescenta o sacerdote.

Padre Maccalli, originário da Diocese de Crema - que já foi missionário na Costa do Marfim por vários anos - exerce atualmente seu ministério na paróquia de Bomoanga, Diocese de Niamaey, dedicando-se à evangelização e atividades de promoção humana, como escolas, dispensários e formação para os jovens agricultores.

Atento aos problemas ligados à cultura local, havia organizado encontros para tratar de alguns temas e contrastar algumas práticas ligadas às culturas tradicionais, como a circuncisão e abscisão de meninas, o que acabou despertando por isto algumas hostilidades contra ele e seu trabalho.

Poderia ser este – observam fontes locais – um dos motivos para o sequestro, ocorrido uma semana pós seu retorno de um período de repouso na Itália.

A Missão Católica dos Padres da SMA encontra-se desde os anos 90 na região de Gourmancé (sudeste), na fronteira com Burkina Faso e distante 125 km da capital Niamei.

Os povoados visitados pelos missionários são mais de 20, dos quais 12 tem pequenas comunidades cristãs, distantes da missão muitas vezes mais de 60 km.

A população local é estimada em 30 mil habitantes, quase que totalmente dedicados às atividade agrícolas.

A Igreja Católica no Níger defende que por meio das obras sociais é possível fazer o Reino de Deus crescer e é por este motivo que a Missão de Bomoanga tem um programa de compromisso de Promoção Humana e de Desenvolvimento por meio de suas “células de base” chamadas CSD (Comité de Solidarité et Developpement).

A pobreza é estrutural, os problemas de saúde e higiene são enormes, o analfabetismo é difuso e a carência de água e de estruturas escolares é considerável.

A falta de estradas e de outras vias de comunicação, mesmo telefônicas, tonam a região esquecida e isolada.

(Agência Fides)

 


 

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18 setembro 2018, 12:53