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"Querer colocar ordem na desordem é uma coisa. Outra é reprimir, consciente ou inconscientemente, o caráter profético da religião", diz sacerdote "Querer colocar ordem na desordem é uma coisa. Outra é reprimir, consciente ou inconscientemente, o caráter profético da religião", diz sacerdote 

Oito mil igrejas e mesquitas fechadas em Ruanda em 2018

De acordo com fontes do governo, a decisão de fechar locais de culto é devido ao seu elevado número em comparação com o número de habitantes, oque é contestado pelas comunidades religiosas.

Cidade do Vaticano

Cerca de oito mil igrejas e mesquitas foram fechadas desde o início do ano em Ruanda. É o que denuncia o site cristão World Watch Monitor, segundo o qual uma diretiva governamental determina que sejam fechados locais de culto – cristãos ou muçulmanos - que não atendam a requisitos de higiene e segurança.

A decisão gerou desconcerto entre as comunidades cristãs locais, católicas e protestantes, que consideram que a nova diretiva é aplicada instrumentalmente.

“Fechar igrejas, estabelecer critérios para poder se tornar ministros de culto, realmente é uma solução adequada para o problema da religião na África?”, questiona o padre marfinense Donald Zagore, teólogo da Sociedade das Missões Africanas.

Em uma declaração à Agência Fides, ele chama a atenção para o impacto que tal decisão poderia ter na realidade local.

“A religião – observa o sacerdote – tem uma modalidade de funcionamento diferente do que qualquer partido ou associação política. Querer colocar ordem na desordem é uma coisa. Outra é reprimir, consciente ou inconscientemente, o caráter profético da religião".

De acordo com fontes do governo, a decisão de fechar locais de culto foi tomada devido a seu elevado número, em comparação com o número de habitantes.

As comunidades religiosas, no entanto, dizem que este cálculo não leva em consideração a alta fragmentação dos povoados ruandeses, habitados por um número exíguo de pessoas e separados uns dos outros por muitos quilômetros, sem nenhuma infraestrutura que os ligue, o que faz com que cada vilarejo construa sua própria igreja, evitando assim que as pessoas tenham que caminhar 20 ou mais quilômetros para poder participar da Missa.

(L'Osservatore Romano)

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21 agosto 2018, 12:23