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Seminário discutiu e debateu também estado atual do ecumenismo na Ásia Seminário discutiu e debateu também estado atual do ecumenismo na Ásia 

Tailândia. Dimensão profética do ecumenismo é tema de seminário

Falou-se com atenção particular sobre a relação entre as Igrejas e as instituições políticas e, ademais, sobre o tráfico de seres humanos, sobretudo mulheres, retomando o que já foi feito pela Conferência Cristã da Ásia que, desde 2015, iniciou uma consulta anual para combater toda forma de tráfico de pessoas.

Cidade do Vaticano

A urgência do caminho ecumênico e a sua dimensão profética: esse foi o tema do seminário de formação para os jovens promovido pela Conferência Cristã da Ásia (CCA) com o objetivo de reafirmar o compromisso cotidiano dos cristãos com a construção da unidade visível da Igreja num tempo no qual a presença dos cristãos se mostra cada vez mais problemática em vários países da Ásia devido ao difuso clima de intolerância.

Cristão deve combater toda forma de intolerância

O seminário, que teve lugar em Chiang Mai, na Tailândia, na sede central da CCA, foi realizado com uma série de aulas de estudiosos e especialistas internacionais do caminho ecumênico, com grupos de trabalho temático buscando a formulação de propostas para comunidades locais, com momentos de oração ecumênica com os quais viver a dimensão da unidade a partir da leitura da Sagrada Escritura e com visitas às realidades ecumênicas da região, onde os cristãos testemunham a unidade no acolhimento do outro.

Combater toda forma de intolerância

Entre as intervenções durante o seminário, destaca-se a do secretário geral, Mathews George Chunakara, leigo da Igreja siro-malancar Mar Thoma, na Índia, que falou do estado atual do ecumenismo na Ásia, ressaltando a prioridade do compromisso de multiplicar as ocasiões de promoção do caminho ecumênico e para mostrar os passos dados nesta direção.

Para Chunakara é preciso ser reconhecida a dimensão profética do empenho ecumênico que deve se deparar diariamente não somente com a memória das relações entre cristãos, que, em alguns casos, ainda freia a comunhão, mas sobretudo com as tensões inter-religiosas, que por vezes são usadas por partidos políticos para alimentar um clima de contraposição.

O secretário geral, que no final de julho encontrou uma delegação da Igreja luterana da Austrália e Nova Zelândia para identificar novos âmbitos de colaboração ecumênica no campo do acolhimento, afirmou que os cristãos devem combater toda forma de intolerância na redescoberta da natureza do caminho ecumênico, que deu muitos frutos, como demonstra o diálogo pela paz na Coreia.

Diálogo entre tradições cristãs

Por sua vez, a pastora da Igreja presbiteriana da Coreia, Grace Moon, ao falar sobre a natureza do ecumenismo afirmou que este se fundamenta na ideia do conhecimento da identidade de cada tradição cristã em diálogo, a partir da partilha do patrimônio das Sagradas Escrituras.

A esse respeito, o bispo da Igreja do Sul da Índia, Daniel Thiagarajah, evidenciou o quanto há ainda a ser feito a nível de hermenêutica para alimentar um diálogo que ajude os cristãos a partilhar as várias interpretações do texto bíblico e não mais a contrapor-se.

Iniciada consulta para contrastar o tráfico de seres humanos

Falou-se com atenção particular sobre a relação entre as Igrejas e as instituições políticas e, ademais, sobre o tráfico de seres humanos, sobretudo mulheres, retomando o que já foi feito pela Conferência Cristã da Ásia que, desde 2015, iniciou uma consulta anual para combater toda forma de tráfico de pessoas.

Está prevista para o mês de novembro em Bangcoc, na Tailândia, uma conferência internacional intitulada “Migração, tráfico de seres humanos e diáspora asiática na região do Golfo Árabe”, com a participação de representantes das Igrejas de vários países.

Drama dos refugiados

Durante três dias, o seminário de Chiang Mai foi transferido para o campo de refugiados de Mae Sot, na fronteira com Mianmar, onde vivem milhares de refugiados, em alguns casos há décadas, tanto que para muitos jovens o campo é a única casa que conhecem.

Para a Conferência Cristã da Ásia o acolhimento material e espiritual daqueles que fogem é um sinal da esperança que os cristãos podem dar ao mundo.

(L’Osservatore Romano)

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15 agosto 2018, 11:08