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Cardeal Brenes: Chega de ódio entre irmãos

A Igreja da Nicarágua está fazendo uma campanha em prol do amor entre os irmãos, entre os nicaraguenses. “Todas estas situações criam tensões, levam ao ódio” diz o cardeal Leopoldo Brenes, arcebispo de Manágua, “algumas vezes as posições radicais de algumas pessoas, de um ou outro grupo dão origem ao ódio, e isso é muito triste”

Patricia Ynestroza - Cidade do Vaticano

O Presidente da Conferência Episcopal da Nicarágua, cardeal Leopoldo Brenes, disse que está trabalhando em várias paróquias, “para conseguir a recuperação dos corações e livrá-los do ódio. Todas estas situações criam tensões, levam ao ódio”, continua o cardeal,  “algumas vezes as posições radicais de algumas pessoas, de um ou de outro grupo dão origem ao ódio, e isso é muito triste”.

Costa Rica dá asilo a nicaragueses que fogem

As Autoridades de Costa Rica informaram que nos últimos três meses mais de mil nicaragueses foram impedidos de entrar nas fronteiras e que a Polícia detectou mais de 20 casos de entradas clandestinas, que estas pessoas foram devidamente enviadas às autoridades de seus países. No sábado, 18 de agosto, foi realizada uma manifestação xenófoba contra a presença dos “nicas” (como são chamados os nicaragueses) que se estabaleceram no parque La Merced onde houve enfrentamentos com as forças policiais. Na coletiva de imprensa o cardeal qualificou este fato como “lamentável”.

Recentemente a ONU informou que desde o início da crise em Manágua, no mês de abril, foram recebidos mais de 23.000 pedidos de asilo de nicaraguenses que querem se estabelecer na Costa Rica.

Ajuda dos Episcopados

Catequistas e outros agentes pastorais da Igreja Católica estão fugindo da Nicarágua por causa da perseguição do Governo. “Graças a Deus há muitos episcopados, de maneira especial de San José, onde o arcebispo D. José Rafael Quirós teve um gesto muito generoso ao pedir que as paróquias abram suas portas aos catequistas e agentes pastorais nicaragueses que chegam”.

O purpurado indicou que os catequistas, os agentes pastorais e os ministros extraordinários da Igreja na Nicarágua ao chegarem na Costa Rica, em um templo católico de São José, devem se identificar nas paróquias para serem integrados nas mesmas.

A solidariedade inclui Ciudad Quesada, próxima da fronteira com a Nicarágua, a diocese local, segundo o cardeal, “criou alguns centros de acolhida e enfermarias para os refugiados nicaragueses enfermos”.

Cinco listas sobre as vítimas da crise

O Governo de Nicarágua afirmou que as informações da Comissão Interamericana de Direitos Humanos, CIDH são parcializadas e politizadas. Estas afirmações chegam dois dias depois que o Grupo Interdiciplinar de Especialistas Independentes (GIEI), da CIDH, que segue as investigações sobre os atos de violência, mostrou publicamente sua “preocupação” pela negação do Estado Nicaraguense em ceder informações.

O cardeal Brenes afirmou que a CIDH é um organismo profissional, com reconhecimento internacional, e faz parte da OEA e não acredita que apresentem informações não corretas. O ideal seria que as diferentes comissões que estão recebendo estes dados, se reúnam e verifiquem suas informações em conjunto. O cardeal disse que há cinco listas. Uma está com o Presidente, outra com a Comissão da Verdade, outra com a CIDH, a quarta com a Associaciação Nicaraguese Pró-Direitos Humanos (ANPDH) e a quinta com o CENIDH (Centro Nicaragüense de Derechos Humanos) e a Associação dos Direitos Humanos, Amnistía Internacional.

Prontos para o Diálogo Nacional

O cardeal da Nicarágua, Leopoldo Brenes, afirmou que o Espicopado está pronto para a retomada do Diálogo Nacional para superar a crise do país. “Quando as partes nos avisam que estão prontas para se reunir, nós estamos prontos para convocar” disse o presidente da Conferência Epsicopal da Nicarágua (CEN) aos jornalistas.

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20 agosto 2018, 10:46