Ônibus queimados no terminal em Buea, capital da região oeste de Camarões, assolada pela violência entre separatristas anglófonos e forças de seguranças Ônibus queimados no terminal em Buea, capital da região oeste de Camarões, assolada pela violência entre separatristas anglófonos e forças de seguranças 

Camarões: morte de sacerdote pode estar ligada ao conflito na região anglófona

O padre Alexander Sob Nougi, pároco em Bomaka, foi morto na sexta-feira na estrada entre Buea e Muyuka. O autor dos disparos é desconhecido. A organização Human Rights Watch (HRW) denuncia assassinatos, destruição e abusos contra civis cometidos por separatistas anglófonos e forças governamentais.

Cidade do Vaticano

O padre Alexander Sob Nougi, pároco em Bomaka, Distrito de Buea, e secretário da Educação Católica da Diocese, foi morto na sexta-feira na República de Camarões. A motivação de sua morte pode estar ligada ao contexto das violências que atingem a parte anglófona do país.

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A morte ocorreu na estrada entre Buea e Muyuka. De acordo com informações recebidas do jornal on-line Cameroun Web, a identidade do autor dos disparos ainda é desconhecida, mas algumas testemunhas indicam que o padre teria sido atingido acidentalmente por uma bala perdida do exército, envolvido em um confronto com separatistas de língua inglesa.

Segunda vítima em uma semana

 

Outras fontes afirmam que os soldados o acertaram intencionalmente, enquanto ele procurava algo em seu carro estacionado para visitar parentes em Muyuka. O sacerdote é a segunda vítima das forças militares camaronesas em uma semana. Em 14 de julho, um pastor de Acra, Gana, foi morto na cidade de Batibo, no noroeste do país.

A onda de violência na parte anglófona do país

 

A organização Human Rights Watch (HRW) denunciou em um relatório "os assassinatos e destruições perpetradas nas regiões anglófonas do Camarões", acusando "o governo e separatistas de cometerem abusos contra civis".

São cerca de 180.000 os habitantes da área de língua inglesa que desde 2017 viram-se obrigados a fugir dos combates.

A denúncia contida nas 64 páginas, elaboradas com base em imagens de satélite e investigações no local, detalha uma série de episódios de violência contra civis.

O governo responde às denúncias, assegurando que o uso da força por suas forças de segurança e defesa "está rigorosamente dentro da lei" e é "proporcional à importância da ameaça".

"Desde o início da crise até o final de junho de 2018, 965 pessoas foram interrogadas e apresentadas às jurisdições competentes de Bamenda, Buea, Douala, Yaoundé", lê-se na resposta do governo, que afirma ainda que "103 pessoas foram libertadas e 114 sentenças foram pronunciadas, entre as quais 30 absolvições, no respeito ao direito de defesa em todos os casos".

De acordo com o relatório da ONG, os separatistas anglófonos ameaçaram, sequestraram e mataram alguns civis e proibiram que as crianças frequentassem a escola. As forças do governo, por sua vez, mataram civis usando força excessiva contra os manifestantes, torturaram e maltrataram supostos separatistas e queimaram casas em várias aldeias.

"A situação em Camarões ainda pode piorar", adverte Mausi Segun, diretor do escritório da HRW África, que pede à comunidade internacional para que "atue para garantir que ambos os lados tomem medidas concretas para proteger os civis e garantir a justiça". sobre os crimes cometidos contra eles".

(L’Osservatore Romano)
 

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23 julho 2018, 09:54