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Dom Pizzaballa: "Jerusalém imprescindível para todos"

O administrador do Patriarcado Latino de Jerusalém no encontro "Viver a Terra Santa": "A transferência da embaixada dos EUA de Tel Aviv para Jerusalém - assegura - não modificou a situação da Igreja no Oriente Médio", mas "marcou profundamente a vida política".

Silvonei José - Cidade do Vaticano

"A transferência da embaixada dos EUA de Tel Aviv para Jerusalém não modificou a situação da Igreja no Oriente Médio". Foi o que disse Dom Pierbattista Pizzaballa, administrador do Patriarcado Latino de Jerusalém, durante a coletiva de imprensa realizada no âmbito do encontro "Viver a Terra Santa" e promovido pela associação "Amici di Saxum Italia". Segundo o prelado, no entanto, "a decisão dos Estados Unidos marcou profundamente a vida política do Oriente Médio". Esta escolha, do ponto de vista político, eliminou qualquer relação entre israelenses e palestinos. A complicar o cenário - continua o arcebispo Pizzaballa - também a situação de conflito em toda a região, como demonstram os confrontos em Gaza".

Faixa de Gaza: "situação desesperada"

Dom Pizzaballa, há mais de 30 anos na Terra Santa, disse que "ao longo dos anos, esta terra experimentou altos e baixos". Do ponto de vista econômico, a condição dos israelenses certamente melhorou, mas para os palestinos, sua economia continua muito frágil: a situação na Faixa de Gaza é desesperadora: "Até quando não houver uma vida ordenada e pacífica para todos, a Terra Santa não poderá experimentar um desenvolvimento sereno".

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São necessários novos caminhos

"O modelo de negociação do passado não existe mais”. Segundo o Administrador Apostólico, novos canais de diálogo devem ser encontrados. "Quais sejam esses novos modelos - continua - é difícil dizer porque não há nenhuma intenção de diálogo. A solução dois povos dois estados - explica - seria a ideal, é evidente agora que o impulso para as negociações resultante dos acordos de Oslo não existe mais".

Encontro ecumênico em Bari

O arcebispo enfatiza como também a Igreja, "a quem não cabe oferecer soluções políticas", deve encontrar novas linguagens para promover a paz. "Por esta razão - observa - o dia de oração pela paz no Oriente Médio, a ser realizado em Bari no dia 7 de julho próximo, será importante porque une todas as diferentes almas cristãs do Oriente Médio ".

Jerusalém: "símbolo religioso imprescindível para todos"

"Não esqueçamos - acrescenta - que nós, pastores, não devemos elaborar teorias, mas devemos dizer uma palavra clara de esperança ao nosso povo: esse, creio seja a finalidade principal". Segundo o prelado, a Igreja tem a tarefa de chamar seu rebanho a olhar sempre com mais atenção a pequena comunidade de Jerusalém. O símbolo que é atribuído a esta cidade não pode ser reduzido apenas à soberania entre um país ou outro, mas é um símbolo religioso imprescindível para todos.

O acordo entre Israel e a Santa Sé

"Posso dizer que todos os pontos já foram discutidos e entendo que há um clima de forte vontade de concluir", declara Dom Pierbattista Pizzaballa, falando sobre o estado das negociações entre Israel e a Santa Sé sobre questões econômicas e financeiras ligadas ao Acordo fundamental entre os dois estados.

Ecumenismo na Terra Santa

Entre os muitos temas discutidos durante a coletiva de imprensa, também o do ecumenismo na Terra Santa. Segundo o prelado, nos encontramos em um momento muito bonito: "Não estamos na paz litúrgica, mas estamos vivendo uma convivência humana muito positiva graças também às novas gerações de lideranças cristãs".

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11 junho 2018, 14:39