Funeral dos 21 mártires coptas na nova igreja santuário em al-Our na província de Minya Funeral dos 21 mártires coptas na nova igreja santuário em al-Our na província de Minya  

Egito recebe os corpos dos “mártires coptas da Líbia”

Segunda-feira (14/05) os sinos das igrejas e mosteiros cristãos de todo o Egito soaram para celebrar a volta em terras egípcias dos restos mortais de 21 cristãos coptas “mártires da fé e da Pátria”, decapitados na Líbia em 2015 pelos seguidores do Estado Islâmico.

Há três anos e três meses da cruel execução, os restos mortais dos cristãos foram transportados de avião da cidade líbia de Misurata ao Cairo, onde foram recebidos pelo patriarca copta ortodoxo Tawadros II e a senhora Nabila Makram, ministra egípcia da imigração. O bispo copta-ortodoxo Anba Makarios, declarou à mídia egípcia que a Igreja copta acolhe com júbilo o regresso ao Egito dos seus filhos martirizados na Líbia, agradecendo ao Senhor pelo seu testemunho de fé.

Depois do massacre inscritos no livro dos mártires da Igreja copta

Os corpos dos “mártires da Líbia”, foram levados ao povoado al-Our, próximo da cidade de Samalut, na província de Minya, de onde provinham 13 dos 21 martirizados, e foram sepultados na nova igreja santuário concebida especialmente para custodiar a sua memória, solenemente inaugurada em 15 de fevereiro passado. Os 21 coptas egípcios foram sequestrados na Líbia no início de janeiro de 2015, e o vídeo da decapitação foi colocado na internet pelos sites jihadistas dia 15 de fevereiro sucessivo. Depois de apenas uma semana do massacre, o patriarca copta ortodoxo Tawadros II inscreveu os 21 mártires degolados no Synaxarium, o livro dos mártires da Igreja copta, estabelecendo 15 de fevereiro como data para celebrar a sua memória.

Corpos identificados pelo DNA

Os restos mortais dos coptas mortos na Líbia pelos jihadistas foram identificados em novembro de 2017 em uma fossa comum na costa da Líbia, perto da cidade de Sirte. Seus corpos foram encontrados com as mãos amarradas nas costas, vestidos com os mesmos macacões alaranjados que usavam no macabro vídeo filmado pelos algozes no momento da decapitação. Suas cabeças estavam ao lado dos corpos. O regresso dos restos mortais ao Egito, anunciado várias vezes pela mídia egípcia, precisou de mais tempo que o previsto. Durante este período, foram feitas as análises do DNA para identificar cada um dos corpos dos 21 mártires.

O nome de Jesus sussurrado antes da morte, sigilo do martírio

“O vídeo que mostra a execução – referiu Anba Antonios Aziz Mina, bispo copta católico emérito de Guizeh à Agência Fides – foi construído de propósito com a intenção de espalhar terror. Mesmo assim, naquele produto diabólico de horror sanguinário, pode-se ver que alguns dos mártires, no momento de sua bárbara execução, repetem ‘Senhor Jesus Cristo’. O nome de Jesus foi a última palavra dita pelos lábios dos mártires. Como na paixão dos primeiros mártires, confiaram-se Àquele que pouco depois os acolheria. E assim celebraram sua vitória, a vitória que nenhum algoz lhes poderá tirar. Aquele nome sussurrado nos últimos suspiros de vida foi como o sigilo de seu martírio.

Segundo o porta-voz da Igreja Católica o padre Hani Baloun, o regresso dos mártires ao Egito foi muito importante para a vida eclesial e política do país. No aspecto político houve o pronunciamento do presidente Al Sisi e no eclesial todos os cristãos do país reuniram-se em oração diante dos 21 corpos vindos da Líbia. A Igreja Católica enviou uma mensagem ao patriarca copta-ortodoxo Tawadros II: “Morrendo e dando seu sangue, os 21 coptas venceram o mal e seu martírio certamente trará frutos”.

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16 maio 2018, 13:29