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Dom Antônio Francisco Jaca, Bispo de Benguela, Angola Dom Antônio Francisco Jaca, Bispo de Benguela, Angola 

Bispos lusófonos pedem maior valorização da língua portuguesa

Os bispos dos países lusófonos alertam para uma “mentalidade individualista e consumista” que contraria perspetivas de futuro para os jovens, como a falta de emprego.

Cidade do Vaticano

Os participantes no XIII Encontro de Bispos dos Países Lusófonos (EBPL), que decorreu em Cabo Verde, de 27 a 29 de Abril, apelam ao Vaticano para uma valorização da língua portuguesa, em particular pelo uso oficial no Sínodo.

“Propomos unanimemente que a língua portuguesa, a quinta língua do mundo falada por 260 milhões de pessoas, seja utilizada como língua oficial nas assembleias gerais do Sínodo dos Bispos”, refere o documento conclusivo, enviado aos órgãos de comunicação social.

As assembleias sinodais, que decorrem no Vaticano, têm grupos de trabalho (círculos menores) em várias línguas, nos quais os bispos lusófonos integram o chamado grupo ‘Ibérico’ (Hibericus, denominação oficial em latim), cujas conclusões são publicadas em espanhol.

Os trabalhos do EBPL, que decorreram entre sexta-feira e domingo, na cidade da Praia, analisaram precisamente o tema da próxima assembleia do Sínodo dos Bispos (outubro de 2018, Vaticano), a presença dos jovens na Igreja, salientando as “boas práticas pastorais”, as iniciativas de voluntariado missionário, campos de férias e movimentos que acompanhem as novas gerações nas suas realidades quotidianas.

Estiveram representados os episcopados católicos de Angola, Brasil, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Moçambique, Portugal e São Tomé e Príncipe.

“Verificamos uma maior consciência das nossas comunidades pela ecologia integral e a existência de inúmeros projetos em curso, em que destacamos a criação da «Floresta Laudato Si’» em Angola pela CEAST, com a plantação de milhares de árvores para travar o avanço do deserto”, assinalam os participantes.

Os participantes no XIII EBPL saudaram a simplificação da concessão de vistos nalguns países, que “facilita a livre circulação de pessoas e bens”.

“Esperamos que esse processo se possa estender a todos os países lusófonos, promovendo assim uma verdadeira comunidade de pessoas”, assinalam as conclusões.

Os trabalhos sublinharam a importância da “defesa intransigente da vida, da dignidade humana e da família, através de leis que protejam a vida e a família”, bem como “a luta contra a corrupção, o tráfico e a escravatura de pessoas, a ideologia do género, a eutanásia e tudo quanto não dignifica a pessoa”.

Os bispos dos países lusófonos alertam para uma “mentalidade individualista e consumista” que contraria perspetivas de futuro para os jovens, como a falta de emprego.

Em cima da mesa esteve ainda uma referência ao reinício da emissão nacional da Rádio Ecclesia em Angola, reforçando “a importância da liberdade de imprensa para a consolidação de uma sociedade plural e democrática”.

A agenda incluiu uma passagem pela Assembleia Nacional de Cabo Verde, o Instituto Internacional da Língua Portuguesa e a Cidade Velha, património mundial da Humanidade.

Fonte: Agência Ecclesia

 

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01 maio 2018, 16:48