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Fuga da RDC para Uganda: crianças vítimas de violência sexual

Segundo um comunicado da fundação Save the Children, nessa fuga uma de cada 10 crianças é vítima de violência sexual. Desde o início do ano mais de 73.000 mil pessoas fugiram da República Democrática do Congo (RDC), destes 2.800 são menores sozinhos ou separados de suas famílias durante a viagem. Atualmente Uganda é o país com o maior número de refugiados na África.

Cidade do Vaticano

Cerca de 10% das crianças que chegaram a Uganda depois da fuga da RDC afirma ter sido vítima de estupro durante a viagem. São informações da Save the Children depois de terem entrevistado 132 refugiados entre 10 e 17 anos.

O risco da fome

Do estudo organizado pela Organização internacional que desde 1919 luta para salvar a vida das crianças e garantir-lhes um futuro, evidencia-se, além disso, que a fome representa o maior problema para as crianças em fuga da RDC, sendo que 81% delas passa fome. Mais de 53%, adoeceu durante a viagem, enquanto que mais de 27% sofreu agressões de um ou mais grupos armados ao longo do trajeto.

“Todos os dias chegam em Uganda crianças em condições desesperadas. Cada uma delas tem uma trágica história para contar; histórias de estupros, de violência extrema, do assassinato dos pais” declarou Johnson Byamukama, Diretor da “Resposta à Emergência” de Save the Children em Uganda. “Dois irmãos conseguiram chegar em Uganda depois de terem sido separado dos pais durante um ataque no vilarejo. Depois ouviram dizer que a mãe ainda poderia estar viva, por isso voltaram atrás, mas só encontraram seu corpo sem vida: tinha sido morta algumas horas antes. Tiveram que fazer novamente toda a perigosa viagem para entrar em Uganda. São histórias que despedaçam o coração, infelizmente comuns demais”.

Ajuda internacional para a RDC e Uganda

Apesar da grave situação de carência, a crise na RDC e a resposta à chegada de refugiados em Uganda ainda não são suficientemente financiadas. Sexta-feira (13/04) os grandes doadores internacionais reuniram-se em Genebra e se comprometeram em enviar um terço dos 1.68 bilhões de dólares necessários para apoiar o plano organizado para uma resposta humanitária.

Save the Children apela aos grandes doadores internacionais para que façam mais e aumentem com urgência os fundos para enfrentar a crise regional, oferecendo também primeiros socorros psicológicos e apoio às vítimas de violência sexual.

“A medida e a escala desta crise devastadora são difíceis de compreender e o mundo ainda não se deu conta. É o momento de doar com generosidade para cuidar destas crianças, que perderam completamente a infância. Atualmente Uganda é o país com o maior número de refugiados na África e isso causa uma enorme pressão sobre os serviços essenciais, principalmente na saúde e educação”, acrescentou Byamukama.

Em Uganda não estão seguras

Mesmo depois da chegada em Uganda as crianças continuam expostas a risco de violência sexual; nas últimas semanas foram assinalados numerosos casos dentro dos campos de refugiados

As principais preocupações das crianças congolesas refugiadas em Uganda são a impossibilidade de ir à escola, gravidez precoce, violência sexual, ataques, roubos e falta de um refúgio seguro.

Falta de escolaridade

Cerca de 80% dos menores em idade escolar no assentamento de Kyaka II, em Uganda Ocidental, não frequenta a escola – apesar de 85% deles afirmarem que gostariam de ir – e estão expostos a um maior risco de exploração. Apenas 9% das crianças tem esperança de voltar ao Congo nos próximos cinco anos.

“Com tantas crianças que ficam sem escola por longos períodos e com a perspectiva de que fiquem muito tempo em Uganda, é vital que sejam dados fundos necessários para a educação a longo prazo e para programas de aprendizagem acelerado que ajudem os alunos a recuperar o tempo escolar perdido”.

Save the Children está organizando salas de aula em lugares seguros para dar oportunidade de aprendizagem e proteção às crianças e trabalha com o governo ugandês para o desenvolvimento de um plano que melhore a educação dos refugiados e das comunidades que recebem.

Falta de terra

Somando aos problemas citados acima, aumentam as tensões relativas à divisão de terra dentro dos assentamentos. À medida que chegam outros refugiados, aumenta a população e a quantidade de terra para produção se reduz e aumenta entre as famílias o temor de não poderem cultivar alimentos suficientes.

“Há uma superpopulação extrema, que é causa de riscos de saúde para milhares de crianças, mulheres e homens. Só no campo de Kyangwali, desde a metade de fevereiro 43 pessoas morreram de cólera e há outros 2000 casos para serem tratados, conclui Johnson Byamukama.

 

 

 

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18 abril 2018, 16:42