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4º dia da Assembleia Geral da CNBB: hoje o retiro espiritual

O arcebispo de Palmas (TO), Dom Pedro Brito Guimarães afirmou que o perfil predominante dos padres brasileiros, é de um presbitério jovem, diocesano e de brasileiros (já houve uma predominância de padres estrangeiros).

Silvonei José – Aparecida

Chegamos ao quarto dia de trabalhos da 56ª Assembleia Geral da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), em Aparecida. Como de costume os trabalhos tiveram início com a celebração da Santa Missa na Basílica Nacional, hoje presidida por Dom Jaime Spengler, arcebispo de Porto Alegre. Na parte da manhã um encontro privativo. Na parte da tarde o início do retiro espiritual que se concluirá com a Santa Missa, amanhã, domingo às 11h30, presidida pelo arcebispo de São Paulo, Cardeal Odilo Pedro Scherer. O retiro será conduzido pelo bispo emérito de Marajó, Dom José Luís Azcona.

Na manhã de ontem a vivência do Ano do Laicato na Igreja do Brasil foi o tema do Metting Point realizado no Centro de Eventos Padre Vitor Coelho de Almeida. Para tratar do assunto com os jornalistas foram convidados dom Severino Clasen, bispo de Caçador (SC) e Presidente da Comissão Episcopal Pastoral para o Laicato e Marilza Schuina, presidente do Conselho Nacional do Laicato no Brasil (CNLB).

Laicato: momento de protagonismo

Dom Severino afirmou que é importante destacar a missão dos cristãos leigos como sujeitos na evangelização, na Igreja e na sociedade. “Vivemos um momento em que o protagonismo do laicato é convocado a testemunhar o Evangelho de Jesus Cristo e até redescobrir quem é Jesus de Nazaré, este que nós queremos seguir e em quem depositamos nossa fé e esperança”, afirmou o Bispo.

Dom Severino chamou a atenção para três documentos da CNBB que ajudam a aprofundar a temática do Ano do Laicato: O Documento 100, “Comunidade de Comunidades – uma nova paróquia”; o Documento 105, “Cristãos leigos e leigas – sal da terra e luz do mundo na Igreja e na Sociedade”; e o Documento 107, “Iniciação à vida cristã – itinerário para formar discípulos missionários”.

Aprofundar a identidade do leigo

Já Marilza ressaltou que “o protagonismo dos cristãos leigos é contribuir para que a unidade e a comunhão seja vivenciada na sua plenitude em nossa Igreja, povo de Deus”. “Que possamos aprofundar a identidade, vocação, espiritualidade e missão dos cristãos leigos e leigas. Que toda a Igreja realmente reconheça e confirme a vocação dos leigos como sujeito eclesial”, acrescentou a Presidente do CNLB.

Dentre as atividades programadas para a celebração do Ano do Laicato, estão sendo elaborados 16 seminários em diversos regionais da CNBB sobre temas relacionados à atuação dos leigos na vida eclesial e âmbitos da sociedade, como na política, educação, cultura, trabalho e família.

Outra atividade prevista é a Semana Missionária Igreja em Saída, de 22 a 29 de julho. “A Semana Missionária quer ser um grande retiro popular para que as comunidades se encontrem não só para círculos bíblicos, oração, mas onde também possamos atingir os diversos espaços onde o leigo e a leiga atuam e trabalham”, explicou Marilza, acrescentando que esses eventos não aconteçam apenas nas igrejas ou nas casas, mas nos ambientes de atuação dos leigos, como os locais de trabalho.

Na conclusão do Ano do Laicato, entre dos dias 22 e 25 de novembro, será realizada a Assembleia Nacional dos Organismos do Povo de Deus, em Aparecida.

Padres brasileiros são jovens

Durante a coletiva de imprensa na última quinta-feira (12/04) o arcebispo de Palmas (TO), Dom Pedro Brito Guimarães afirmou que o perfil predominante dos padres brasileiros, é de um presbitério jovem, diocesano e de brasileiros (já houve uma predominância de padres estrangeiros). Esses dados gerais emergem de uma pesquisa ainda inconclusa que a Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) está desenvolvendo desde 2014.

O levantamento teve início em 2014 com a formulação de um questionário de 100 perguntas que foi enviado a 25 mil padres brasileiros. Destes, 1/3, cerca de 7 mil responderam, informou o religioso. “Percebemos, pela pesquisa, que apesar das dificuldades os padres brasileiros estão animados com a sua vocação e missão e não tem medo de assumir seu seguimento e anúncio de Jesus Cristo”, disse. A pesquisa foi um dos subsídios que deu suporte à elaboração do texto sobre o tema central da 56ª AG.

Além deste levantamento, dom Pedro Brito, membro da Comissão de Elaboração do texto sobre o tema central, falou sobre o documento “Diretrizes para a Formação dos Presbíteros da Igreja no Brasil”. O religioso destacou que a formação de um presbítero não se encerra quando é ordenado. Depois de ordenado, como toda pessoa e todo profissional, inicia a fase da formação continuada do padre.

Tempos e espaços da formação

A formação continuada seria a última fase de um processo permanente de formação que tem início com o trabalho da Pastoral Vocacional e se estende pela formação inicial – que compreende as demais fases de estudo, incluindo a formação em filosofia e teologia.

O arcebispo apresentou aos jornalistas a estrutura e os conteúdos do texto base que está em processo de análise e aprovação pelo episcopado brasileiro.

O texto é constituído de três capítulos. O primeiro, cujo título é “As coordenadas para a formação presbiteral” trata dos desafios do contexto e da realidade, bem como os fundamentos previsto no magistério da Igreja para esta formação. Nele também consta a ideia do processo formativo dos sacerdotes que deve ser único, integral, comunitário e missionário.

O segundo capitulo e mais longo capítulo aborda a “Formação Inicial”. Nesta parte o texto vai falar dos tempos, espaços como casas, seminários, capelas e institutos, onde o processo de formação acontece. O terceiro capítulo do texto trata da “Formação Continuada”, disse.

O texto, após ser debatido e aprovado pelo plenário da 56ª Assembleia Geral da CNBB, segue para apreciação e aprovação da Congregação do Clero do Vaticano. A previsão de publicação, como documento da CNBB, é no segundo semestre segundo Dom Pedro.

Vatican News conversou com Dom Pedro e perguntou a ele sobre o clima em que se realiza esta Assembleia Geral.

Ouça a reportagem

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14 abril 2018, 08:00