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Padre Amaro atua há 20 anos na Paróquia Santa Luzia, em Anapu (PA) Padre Amaro atua há 20 anos na Paróquia Santa Luzia, em Anapu (PA) 

Igreja no Xingu preocupada com prisão de Pe. Amaro

Nota da Prelazia afirma que "há anos alvo de ameaças, Padre Amaro agora é vítima de difamação para deslegitimar todo o seu empenho em favor dos menos favorecidos".

Cristiane Murray - Cidade do Vaticano

Padre José Amaro Lopes da Silva, uma das principais lideranças da Comissão Pastoral da Terra, braço direito da missionária estadunidense Dorothy Stang, executada a mando de fazendeiros em 2005, foi preso na manhã de terça-feira (27/03) em Anapu (PA).

O religioso, protagonista na luta pelo assentamento de camponeses e da regularização fundiária da região, marcada por conflitos relacionados à terra e propriedade, foi ouvido na sede da Superintendência Regional da região do Xingu, em Altamira, e depois transferido para o mesmo presídio no qual se encontra o mandante do assassinato de Irmã Dorothy.

Dom João Muniz Alves, bispo do Xingu e Dom Erwin Kräutler, bispo emérito do Xingu, emitiram nota na manhã desta quarta-feira (27/03):

“O servo não é maior do que o seu senhor. Se a mim perseguiram, também vos perseguirão. Jo 15,20”

“A Semana Santa começou com grande sofrimento para a Prelazia do Xingu. Fomos surpreendidos na manhã do dia 27 de março com a notícia da prisão de nosso Padre José Amaro Lopes de Sousa, pároco da paróquia de Santa Luzia de Anapu.

Manifestamos nossa fraterna solidariedade a esse incansável defensor dos direitos humanos, defensor da regularização fundiária, da reforma agrária e dos assentamentos de sem-terra. Há anos alvo de ameaças, Padre Amaro agora é vítima de difamação para deslegitimar todo o seu empenho em favor dos menos favorecidos.

Repudiamos as acusações de ele promover invasões de terras que são reconhecidas pela Justiça como terras públicas, destinadas à reforma agrária, mas se concentram ainda nas mãos de pessoas economicamente poderosas.

Padre Amaro atua desde 1998 na Paróquia Santa Luzia. É líder comunitário e coordenador da Pastoral da Terra (CPT). O assassinato da Irmã Dorothy em 12 de fevereiro de 2005 no Projeto de Desenvolvimento Sustentável (PDS) “Esperança”, não mais o deixou quieto e o fez continuar a missão daquela Irmã mártir.

Acompanhamos apreensivos a investigação e elucidação dos fatos e insistimos que a verdade seja apurada com justiça e total transparência.

A Semana Santa nos recorda a Paixão e Morte do Senhor na cruz, muito mais ainda a Ressurreição de Jesus. Na Páscoa celebramos a vitória da Vida sobre a morte, mas também da Verdade sobre todas as mentiras”.

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28 março 2018, 13:56