Papa: jovens devem assumir suas responsabilidades na Igreja Papa: jovens devem assumir suas responsabilidades na Igreja 

Editorial: é tempo de os jovens assumirem sua responsabilidade na Igreja

O caminho rumo à JMJ do Panamá deve ser de preparação, para que os jovens assumam suas responsabilidades na Igreja: é o convite de Francisco contido na mensagem para JMJ deste ano.

Bianca Fraccalvieri - Cidade do Vaticano

Na vida jamais devemos perder o prazer de sonhar juntos: este é um trecho da mensagem do Papa Francisco para a 33ª Jornada Mundial da Juventude, a ser celebrada em nível diocesano no Domingo de Ramos, 25 de março.

O texto do Pontífice foi divulgado nesta quinta-feira, com o título “Maria, não temas, pois achaste graça diante de Deus” (Lc 1, 30).

“Queridos jovens, não deixem que os fulgores da juventude se apaguem na escuridão duma sala fechada, onde a única janela para olhar o mundo seja a do computador e do smartphone.” Francisco se dirige aos jovens com o olhar voltado já para o Panamá, onde em janeiro de 2019 se realizará mais uma edição da JMJ, mas também para a Assembléia Ordinária do Sínodo dos Bispos dedicada justamente à juventude em outubro próximo.

Nada de “photosop”
Entrando em sintonia com os jovens, Francisco afirma que nesta fase da vida é normal sentir medo: medo de não ser amados por aquilo que se é; medo de não conseguir um trabalho e não ver os próprios sonhos se realizarem. Neste horizonte, na tentativa de se adequar a padrões frequentemente artificiais e inalcançáveis, muitos jovens fazem ‘photoshop’ da própria imagem, “escondendo-se por trás de máscaras e identidades falsas, até chegarem a se tornar quase eles mesmos um «fake», um falso”.
Sedentos de “likes” digitais, o Papa pede que deem “um nome” aos medos, sobretudo através do discernimento. O modelo é Maria – que inspira esta JMJ –, pois não teve medo de escancarar a porta ao Outro.

Atrás de um nome há uma identidade
Um dos motivos para não temer, escreve ainda Francisco, “é justamente o fato que Deus nos chama por nome”. “Enquanto pessoal e única, a chamada divina exige a coragem de nos desvincularmos da pressão homogeneizadora dos lugares-comuns, para que a nossa vida seja verdadeiramente um dom original e irrepetível para Deus, para a Igreja e para os outros.”
A graça de Deus não requer um «currículo excelente»

A “graça” divina não é algo “passageiro ou momentâneo”, é “continuativa”, nos “fala de amor gratuito, não devido” e isso pode ser motivo de conforto para todos os jovens, porque não precisam merecer a proximidade e a ajuda de Deus, apresentando antecipadamente um «currículo excelente», cheio de méritos e sucessos!”. “O desconhecido que o amanhã nos reserva não é uma ameaça obscura a que devemos sobreviver, mas um tempo favorável que nos é dado para viver a unicidade da nossa vocação.

A JMJ é para os corajosos
Com palavras de conforto e repletas de afeto, o Papa Francisco encoraja os jovens a seres audazes, a se abrirem à graça de Deus, onde “o impossível se tornar realidade”. Reiterando a própria confiança na juventude, o Pontífice exorta todos a usarem as próprias energias “para melhorar o mundo”, começando pelas realidades mais próximas.

“Desejo que na Igreja lhes sejam confiadas responsabilidades importantes, insiste o Papa – que se tenha a coragem de lhes deixar espaço; e vocês, se preparam para assumir estas responsabilidades.
“A JMJ é para os corajosos!”, conclui Francisco. Como disse o Padre João Chagas, responsável por organizar no Vaticano a Jornada, não se trata de turismo ou de passeio, se trata de peregrinação, de tirar as sandálias. Não é para jovens que procuram apenas comodidade. Vocês, jovens, aceitam o desafio?

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24 fevereiro 2018, 08:51