"Não bastam discursos e palavras, mas é preciso o testemunho e a vivência constante do perdão, da reconciliação" "Não bastam discursos e palavras, mas é preciso o testemunho e a vivência constante do perdão, da reconciliação" 

O desafio da Pastoral Carcerária chega às universidades

O desafio da Pastoral Carcerária é levar também aos cursos de Direito as ferramentas da Escola de Reconciliação e Perdão, conhecida como ESPERE, fazendo com que a justiça punitiva possa se transformar para uma justiça que restaura.

Andressa Collet - Cidade do Vaticano

A Pastoral Carcerária no Brasil usa ferramentas da Escola de Reconciliação e Perdão, conhecida como ESPERE, para criar a cultura da paz através de práticas de amor e da justiça restaurativa. Pela grande extensão territorial do Brasil, o país é dividido em cinco regiões e em 128 núcleos que trabalham com a metodologia da escola internacional.

Irmã Imelda Maria Jacoby, representante da região Sul da ESPERE Brasil e que faz parte da coordenação nacional da Justiça Restaurativa da Pastoral Carcerária, comenta sobre a importância de usar ferramentas renovadoras como essa junto às unidades prisionais para desativar as violências sociais.

Segundo ela, o perdão e a reconciliação devem ser trabalhados e vivenciados no dia a dia dos presos e dos adolescentes em conflito com a lei, mas também junto a educadores e líderes comunitários. “Também estamos chegando nos estudantes do curso de Direito para atingir as universidades, fazendo com que a justiça punitiva possa se transformar para uma justiça que restaura”, acrescenta Ir. Imelda.

Ir. Imelda - “É muito forte, particularmente no Brasil, essa bandeira. E, inclusive, nós colocamos a metodologia da ESPERE como fundamentos da justiça restaurativa, pois acreditamos ser indispensável fazer esse processo pra ser um bom facilitador dentro dos círculos de construção de paz para que cada pessoa possa reconhecer o erro, responsabilizar-se, restaurar o dano e reconectar-se. Refazer as relações. Acreditamos que a mudança precisa acontecer a partir de si. Não bastam discursos e palavras, mas é preciso o testemunho e a vivência constante do perdão, da reconciliação, do ter empatia e compaixão, realmente saber se colocar no lugar do outro e compreendê-lo. E, dessa forma, realmente mudar a concepção e, efetivamente, transformar a justiça, que é altamente punitiva e encarceradora, em uma justiça restaurativa."

Irmã Imelda Maria Jacoby

 

 

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19 dezembro 2017, 15:43