Sul-coreanos dizem não à guerra em manifestação na capital Seul em favor da paz (05/11/2017 Sul-coreanos dizem não à guerra em manifestação na capital Seul em favor da paz (05/11/2017 

Bispos do Japão e Coreia do Sul: a paz no norte da Ásia não se baseia nas armas

"Os países do norte da Ásia buscam estabilidade e prosperidade com seu poder militar, formando alianças com outras grandes potências do sistema político. Isso cria ameaças e ansiedades em todas as nações e gera tensões pela segurança de todos os países", diz o comunicado

Tóquio

“Nós, bispos da Coreia do Sul e do Japão, lançamos um apelo manifestando uma pronta esperança de paz para o nordeste da Ásia”: são palavras da declaração conjunta dos episcopados nipônico e sul-coreano, enviada à agência missionária Fides, na conclusão do encontro conjunto entre os bispos das duas nações, realizado na cidade japonesa de Kagoshima nos dias 14 a 16 de novembro.

Áudio na íntegra

Encontro anual reforça laços de cooperação recíproca

Trata-se da 23ª assembleia conjunta entre os prelados, que regularmente realizam um encontro anual a fim de reforçar os laços de cooperação recíproca e contribuir para construir a justiça e a paz no leste da Ásia.

“A situação atual do nordeste da Ásia é muito preocupante – lê-se no texto. Os países do norte da Ásia buscam estabilidade e prosperidade com seu poder militar, formando alianças com outras grandes potências do sistema político. Isso cria ameaças e ansiedades em todas as nações e gera tensões pela segurança de todos os países.”

Relação e partilha no campo econômico e cultural

Ao mesmo tempo, os prelados expressam satisfação pela reunião que “há 23 anos ajuda a refletir sobre a história atormentada dos dois países e a edificar um futuro luminoso de reconciliação” e afirmam ter aprofundado a relação e partilha entre eles sobre aspectos econômicos e culturais.

É também central na declaração o chamado à “sincera esperança pela paz no nordeste da Ásia”, rechaçando toda e qualquer possível ideia de guerra:

“Deus nos exorta a erradicar em todos a convicção errônea de que a paz possa ser assegurada pelas armas nucleares ou pela militarização. Estas, pelo contrário, somente aumentam o risco de guerra.”

Nessa ótica, as Igrejas católicas nipônica e sul-coreana evocam “o princípio expresso na Pacem in Terris de João XXIII, segundo o qual ‘a paz verdadeira pode ser construída somente na confiança recíproca’, não contando com os arsenais (n. 61)”.

Responsabilidade dos líderes das nações pela paz mundial

No texto, os bispos enfatizam que “os pobres e ao ambiente continuam sofrendo, ao tempo em que se gastam em armas somas astronômicas de dinheiro. Pelo amor de Deus e de toda a humanidade, todos, especialmente os líderes das nações, façam todo esforço pelo diálogo e a paz: eles têm uma grande responsabilidade pela paz mundial”, afirmam.

“A violência é um modo louco de minar a dignidade humana e causar consequências desastrosas em toda a humanidade. Somente construindo a confiança e o amor e a solidariedade entre os seres humanos se poderá superar todo tipo de violência.”

Confiança no poder de Deus, não das armas

“Nós, bispos coreanos e japoneses, nos comprometemos em favor da paz vivendo ativamente no amor fraterno, colocando nossa confiança no poder de Deus, não no poder militar”, conclui a declaração conjunta.

(Fides)

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17 novembro 2017, 08:57