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Projecto “Kreditá na bo” para mulheres vulneráveis em Cabo Verde Projecto “Kreditá na bo” para mulheres vulneráveis em Cabo Verde 

Cabo Verde: “Kreditá na bo”, um projecto para devolver a dignidade às mulheres vulneráveis

A Congregação das Religiosas Adoradoras Escravas do Santíssimo Sacramento e da Caridade desenvolvem na ilha de São Vicente (Cabo Verde) um projecto social “Kreditá na bo” (acredita em ti), para as mulheres em situação de prostituição.

Rádio Nova de Maria, Cabo Verde, para o Vatican News

O projecto que está em andamento desde março de 2016, já atendeu mais de uma centena de mulheres e está a acompanhar um grande grupo de forma sistemática, refere Maura Davide, psicóloga clínica da instituição. Neste momento “Kreditá na bo” trabalha três programas, mas a prioridade tende para a sensibilização e intervenção com adolescentes dos 12 a 18 anos.

(O projecto avaçou e muito desde 2018 com alguma diferenciação, hoje com novos programas principalmente com os adolescentes estudo acompanhado para os que estão na escola e para os que estão fora do sistema de ensino, outras formas de acompanhamento, apoio psicológico também. As visitas domiciliárias nos ajudou a encontrar muitas adolescentes em situação deé vulnerabilidade. Deparamos com adolescentes grávidas e com bebés nos braços e sem condições o que nos ajudou a continuar as visitas e a convidá-las a aderirem ao projecto. Damos acompanhamentoa nível  psicológico e a utros níveis,  formações).

A organização tem garantido às vítimas, no âmbito de protocolos, atendimento social e jurídico com o fito de criar nelas a consciência do mal e para que possam delinear um projecto de vida de acordo com a dignidade humana. Numa fase mais avançada se prevê a possibilidade das mulheres que tenham uma ideia de negócio possam criar o seu próprio negócio com acesso a microcrédito.

(Neste momento temos formação em informática, culinária e estamos prestes a iniciar corte-costura em parceria com a paróquia de São Vicente que vai ser acompanhada por uma das religiosas com formação na área. Fizemos uma campanha na nossa página de Facebook, onde colocamos o anúncio. Graças a Deus tivemos boa aderência e até pensamos fazer dois grupos. Quer a primeira fase como a segunda de culinária e de costura tem a duração total de 6 meses. No fim do curso as formandas terão direito a um certificado e um livro de receitas. É um curso certificado).

O projecto já capacitou dezenas de mulheres em várias localidades da ilha principalmente nas rurais com formação em culinária, corte-costura e informática, mas também de prevenção e informação ao nível da saúde. Numa fase mais avançada se aprevê a possibilidade das mulheres que tenham uma ideia de negócio possam criar o seu próprio negócio com acesso a microcrédito.

(Há mulheres que são casos de sucesso que ainda são acompanhadas mas de forma diferente pois, têm um período de tempo para beneficiarem do projecto. Nós damos empoderamento com formação para depois poderem andar pelas próprias pernas.

Senhoras que receberam formação em culinária e que hoje já têm os seus próprios negócios e praticam a  venda ambulante de pastéis e outros produtos. No fim do curso cada formanda recebe um Kit. Em momentos de eventos, fazemos encomendas).

“Kreditá na bo” contou sempre com o apoio da Diocese de Mindelo na pessoa do Bispo, Dom Arlindo Furtado de quem a Congregação recebeu o convite para trabalhar, na ilha de São Vicente e continua a contar com Dom Ildo Fortes, actual Bispo.

A instituição composta por três religiosas duas de nacionalidade espanhola e uma italiana, conta com o apoio do governo cabo-verdiano, atraves do Ministério da Justiça, uma equipa técnica constituída por assistente social, psicóloga e animadora sociocultural e ainda uma jurista que sempre que necessário presta assistência jurídica.

A Congregação Religiosa das Irmãs Adoradoras nasceu em Madrid (Espanha) em 1856 com o objectivo específico de contribuir para a “libertação, integração pessoal, promoção e reinserção social da mulher vitimada por diversas formas de escravidão, além da denúncia e da análise crítica da realidade”.

A Congregação ajuda, através de 420 projectos, mulheres vítimas de exploração em 23 Países da Europa, Ásia, África e América.

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20 janeiro 2022, 13:22