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Jesuítas na luta contra a pandemia da Covid-19, na Zambia Jesuítas na luta contra a pandemia da Covid-19, na Zambia 

Zambia. Jesuítas exortam Candidatos às eleições a enfrentar crise da dívida nacional

Na Zambia as urnas abrem no próximo 12 de agosto para as eleições gerais e, em vista das votações, o Centro Jesuíta para a Reflexão Teológica (JCTR), com sede no País, divulgou nesta segunda-feira, 17, uma nota, assinada pelo seu director-geral, Padre Alex Muyebe, na qual convidam todos os candidatos a explicar aos cidadãos “como pretendem enfrentar a crise da dívida e os consequentes desafios que o País está a enfrentar”.

Cidade do Vaticano

Segundo as últimas estatísticas, que datam de dezembro de 2020, de facto, a dívida pública na Zâmbia é de 20,46 bilhões de dólares. Cabe, portanto, aos aspirantes a líderes políticos “articular programas de crescimento económico que respondam às necessidades dos pobres e vulneráveis, de forma a contribuir para o bem comum e a protecção da dignidade humana de todos”. O JCTR também exorta os candidatos a "demonstrar claramente" como pensam que vão conseguir "garantir melhores serviços sociais" para todo o País.

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Não se trata, de facto, de "prometer o paraíso aos eleitores", prossegue a nota, mas sim de "apresentar um mapa convincente de como proceder em relação à dívida actual e explicar como se pretende gerir as futuras contrações da dívida para garantir que a nação, no futuro, nunca mais se envolverá numa outra crise da dívida ”. Ao mesmo tempo, os Padres jesuítas convidam ao eleitorado “a não se deixar enganar, mas a analisar as mensagens que são difundidas durante a campanha eleitoral para avaliar a sua efectiva realização e viabilidade ”, bem como examinar “de forma crítica se o que os candidatos estão a prometer em termos de desenvolvimento, crescimento económico e criação de emprego é realista ou não”.

O Centro Jesuíta para a Reflexão Teológica apela, então, aos meios de comunicação de massa para desempenharem o seu papel vital de "informar e educar o público sobre as questões-chave nacionais, de modo a melhorar a capacidade do eleitorado" para avaliar os candidatos e exprimir o seu voto "numa perspectiva informada". “Isto é fundamental - conclui a nota - para permitir que a democracia no nosso País se torne adulta”.

Recorde-se que, em novembro de 2020, os credores externos do País haviam rejeitado o pedido, feito pelo Governo de Lusaka, de suspender os interesses dos Eurobonds até abril de 2021. E já então, o JCRT havia lançado um apelo para que as partes interessadas manifestassem solidariedade , “empenhando-se na nobre causa de persuadir os credores do País a considerarem qualquer forma possível de redução da dívida”. O País, de facto, “necessita de algum tempo para fazer face à sua dívida de uma forma que não prejudique a dignidade da vida de milhões de pessoas”, salientavam os Padres jesuítas, apelando à responsabilidade colectiva e à elaboração de “um roteiro” para sair da crise, protegendo ao mesmo tempo as gerações futuras.

No próximo mês de agosto, vão se desafiar para a renovação do Presidente e dos membros do Parlamento a Frente Patriótica (Pf), liderada pelo presidente Edgar Chagwa Lungu, que busca a reeleição para um segundo mandato de cinco anos, e as várias oposições, entre as quais o principal antagonista é o Partido Unido para o Desenvolvimento Nacional (Upnd), liderado por Hakainde Hichilema. Além da crise da dívida, o País é assolado por inúmeros escândalos relacionados com o tráfico ilegal de madeira, contratos adjudicados com critérios desconhecidos, atribuição de novas concessões de mineração a empresas estrangeiras, acusações de corrupção e gestão não transparente dos fundos do Estado.

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18 maio 2021, 13:36