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Cáritas de Freetown empenhada na ajuda a sobreviventes de Ébola

Com o apoio da Cáritas da Alemã, a Cáritas da Serra Leoa tem vindo a prestar assistência a diversos sobreviventes de Ébola com projectos educativos, de saúde e geradores de rendimento, por forma a enfrentarem as consequências da doença, incluindo estigma e marginalização social.

Dulce Araújo - Cidade do Vaticano 

A África Ocidental foi declarada livre do Ébola, mas para a população da Serra Leoa, a dor e a devastação provocadas pela epidemia estão ainda vivas. É este o dramático testemunho do Director Geral da Cáritas de Freetown, referido pelo sítio web da RECOA-CEREAO (Conferência Episcopal Regional da África Ocidental). Com efeito, entre 2014 e 2016, alguns países africanos foram afectados  pelo vírus do ébola. Resultado, 11 mil mortos e mais de 28 mil contagiados em seis países: Guiné Conacri, Libéria, Serra Leoa, Mali, Nigéria e Senegal. A Serra Leoa foi o país mais atingido: 14 mil casos e cerca de quatro mil mortos. Os sobreviventes – explica o Padre Konteh – têm sequelas da doença que durarão pela vida toda: as mulheres, por ex., sofrem de menopausa precoce e do estigma social que disto deriva. E não é tudo. Quem saiu vivo da doença – sublinha o Director da Cáritas de Freetown - sofre também das consequências económicas, pois, muitos acabaram por perder o trabalho devido a preconceitos e discriminação.

Perante esta situação, a Cáritas de Freetown, deu início, antes de mais, a um programa de emergência, fornecendo kits alimentares às famílias mais necessitadas. Depois, pensou em projectos económicos sustentáveis e de longa duração. Entre 2018 e 2019, juntamente com a Cáritas da Alemanha, foi lançado, na Serra Leoa, um programa específico para melhorar a produção de rendimentos e as oportunidades educativas para os sobreviventes de Ébola. O projecto forneceu, sobretudo às mulheres, competências adequadas no âmbito da restauração, da decoração e da cosmética. No final do programa, as mulheres receberam um kit para dar início a actividades geradoras de rendimento com base na formação recebida.

O projecto contemplou também apoio educacional para crianças em idade escolar, e o fornecimento de serviços de saúde a cerca de mil sobreviventes, entre os quais viúvas e órfãos.

Além disso, a Cáritas Freetown, deu início a um sistema de clínicas móveis que permitiram dar assistência médica a mais de 1.200 pacientes directamente nas próprias comunidades de origem. O projecto ambiciona atingir até Dezembro deste ano – concluiu o Padre Konteh – outros 900 pacientes, e as respectivas famílias.

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19 agosto 2020, 12:10