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Confinamento devido à pandemia do Covid-19 numa Igreja da África do Sul Confinamento devido à pandemia do Covid-19 numa Igreja da África do Sul 

África: Rumo à retomada das celebrações de culto com a participação de fiéis

Enquanto alguns Bispos em África pedem a retomada das celebrações públicas com os fiéis, outros preferem esperar pacientemente e preparar o seu rebanho ao respeito das medidas de prevenção.

Cidade do Vaticano

Em África, vários Países se estão a preparar para retomar as celebrações públicas com a participação dos fiéis. Noutros Países, os Bispos preferem esperar ainda um pouco mais. A abertura dos lugares de culto, para alguns, deveria ser acompanhada por certezas de que a pandemia foi, se não contida, pelo menos controlada. Em todo caso, as abordagens de cada Igreja africana têm o seu peso  consoante a situação específica de cada nação relativamente à pandemia.

Argumentos para a reabertura dos lugares de culto

Na República do Congo, conhecida como Congo-Brazzaville, os Bispos pediram ao Governo na última terça-feira, 3, para que as igrejas sejam reabertas ao público. Uma delegação da Conferência Episcopal teve encontro com o Primeiro Ministro Clément Mouamba para discutir as modalidades a serem adoptadas, respeitando as medidas anti-Covid-19. A delegação, liderada pelo Presidente da Conferência Episcopal, D. Daniel Mizonzo, também pediu a reabertura dos Seminários. Os prelados também exprimiram a sua preocupação com a crise económica e social causada pela emergência sanitária e as suas consequências no País.

Reabertura adiada a pedido dos Bispos

Enquanto os prelados do Congo-Brazzaville pedem a reabertura dos lugares de culto, dois Bispos sul-africanos decidiram adiar esta possibilidade: são eles o Cardeal Wilfrid Napier e D. Victor Phalana, Arcebispo de Durban e Bispo da diocese de Klerksdorp, respectivamente. A sua decisão única surgiu logo depois de o Presidente sul-africano, Cyril Ramaphosa, ter anunciado a possível retomada do culto público a partir de 1 de junho.

Para os dois prelados, a razão para tal posição é simples: "Permitir uma preparação adequada para a retomada do culto, por meio de seminários de sensibilização para os sacerdotes". De facto, o Cardeal Napier dizia recentemente aos fiéis "Sei que isso será difícil de aceitar para muitos de vós, mas é para a vossa segurança, e para a segurança dos vossos filhos e, sobretudo, das vossas avós, os vossos pais, os vossos avôs, os idosos, os mais vulneráveis ​​”. E D. Phalana, também acrescentava: "Nós, como Bispos, falamos do ponto de vista da saúde e da segurança, por um lado, e por outro do ponto de vista da da fé e o cuidado espiritual do rebanho do Senhor”.

No Gana, retomada de celebrações com fiéis a 7 de junho

Enquanto alguns defendem a reabertura dos lugares de culto e outros o retardam, no Gana as celebrações com a participação dos fiéis foram retomadas no domingo 7 de junho, depois da suspensão devido à pandemia do novo Coronavírus. A satisfação foi manifestada pela Conferência Episcopal do País, que sublinhou a sua vontade de controlar com eficiência a propagação do Covid-19. A Igreja é um actor importante no País, dizem os Bispos, e isso é indispensável para as estratégias gerais de contenção e mitigação do vírus, conforme estabelecido pelo Estado.

Uma retomada controlada

Do mesmo parecer o Episcopado da Nigéria: a Arquidiocese de Lagos anunciou, no domingo 31 de maio, uma retomada progressiva das Massas públicas como parte do relaxamento das restrições relacionadas com a pandemia. O Arcebispo de Lagos, D. Alfred Adewale Martins, que deu as modalidades para essa retomada, fez saber que, neste momento, são permitidas apenas as Missas de domingo, entre as 7 e as 15 horas, para garantir que os cristãos não violem o recolher obrigatório. O prelado encorajou igualmente os seus sacerdotes a evitar grandes concentrações de fiéis celebrando o maior número possível de Missas.

A Igreja e o seu povo

Vale a pena recordar as primeiras linhas que abrem a Constituição Pastoral sobre a Igreja no mundo contemporâneo, Gaudium et Spes: “As alegrias e as esperanças, as tristezas e as angústias dos homens de hoje, sobretudo dos pobres e de todos aqueles que sofrem, são também as alegrias e as esperanças, as tristezas e as angústias dos discípulos de Cristo; e não há realidade alguma verdadeiramente humana que não encontre eco no seu coração. Porque a sua comunidade é formada por homens, que, reunidos em Cristo, são guiados pelo Espírito Santo na sua peregrinação em demanda do reino do Pai, e receberam a mensagem da salvação para a comunicar a todos. Por este motivo, a Igreja sente-se real e intimamente ligada ao género humano e à sua história” (G.S. Nr.1)

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07 junho 2020, 11:50