2019.08.26 Giunea Bissau Radio Sol Mansi

ÁFRICA

Bispos da Guiné-Bissau pedem ajuda para a luta contra COVID-19

Perante o risco de calamidade humanitária que a difusão do coronavírus pode representar para a Guiné-Bissau, os bispos das duas Dioceses do país, D. José Camnate na Bissign (Bispo de Bissau) e D. Pedro Carlos Zilli (Bispo de Bafatá), lançam um apelo à recolha de fundos dentro e fora do país para que as Cáritas guineenses possam ir ao encontro dos mais necessitados.

Dulce Araújo - Cidade do Vaticano

“Sabemos que o Coronavírus pode levar a nossa população e todos nós a uma situação muito difícil”, situação que se somada à de pobreza em que vive a maior dos guineenses pode desembocar no risco de uma catástrofe humanitária no país.

Esta em síntese a preocupação expressa pelos bispos de Bissau e de Bafatá, respectivamente, D. José Camnate na Bissign e D. Pedro Carlos Zilli.

Numa carta endereçada no passado dia 11 de Abril aos sacerdotes no país, aos consagrados e consagradas, missionários e missionárias nas Dioceses de Bissau e de Bafatá, os dois prelados sublinham que para além do aspecto sanitário ligado ao COVID-19 é preciso também ter em conta a dimensão económica e, sobretudo procurar criar as condições para que todos possam ter o mínimo necessário para viver, a começar pela alimentação.

Por isso – escrevem – juntamente com a Cáritas Nacional da Guiné-Bissau, as Cáritas diocesanas e as Cáritas paroquiais, estão a procurar fundos para poder ir ao encontro dos mais necessitados.

Apelo a todos e gestão transparente

O apelo é então “que cada um se envolva a si mesmo, a sua Comunidade local, Congregação, Diocese, paróquia, bem-feitores, familiares e amigos nesta fundamental acção de solidariedade.”

Inspirando-se em D. Settímio Arturo Ferrazzetta, primeiro Bispo da Guiné-Bissau independente, que dizia não ter vergonha de pedir, porque não pedia para si mesmo…”, os bispos de Bissau e Bafatá afirmam não ter medo de pedir. E acrescentam que todos os fundos recebidos serão geridos com transparência. Será criado um único fundo que será “gerido pela Cáritas Guiné-Bissau, segundo as indicações do seu Conselho de Administração, em colaboração com as Cáritas Diocesanas. Todos os meses a Caritas Guiné-Bissau publicará as contas, com relatórios económicos e descritivos das actividades realizadas a ser apresentados aos bem-feitores”.

Ajudas em género

Quanto às pessoas na Guiné-Bissau, a ajuda poderá ser também - segundo os dois prelados – em géneros a entregar nas Paróquias ou nas Cáritas, em Bissau e Bafatá.” Há quem já o esteja a fazer – sublinham.

Os dois bispos terminam agradecendo a todos por quanto já estão a fazer, sob a coordenação da Cáritas e com poucos meios e pedem a Deus que dê a calma e a serenidade necessárias, por forma a se poder continuar a ser solidários com os irmãos sobretudo neste momento tão difícil.