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ONU exige libertação de jornalista detido em Moçambique ONU exige libertação de jornalista detido em Moçambique 

Moçambique. Jornalista detido em Cabo Delgado, ONU exige libertação

A Organização das Nações Unidas (ONU) exige que as autoridades moçambicanas libertem o jornalista Amade Abubacar que foi ilegalmente deitdo em Cabo Delgado, norte do País, e investiguem as alegações de que ele foi mal-tratado.

Hermínio José – Maputo, Moçambique

A detenção do Jornalista  Amade Abubacar  continua a chocar vários quadrantes do mundo e as reacções vêm de vários cantos. Desta vez, foi o departamento de direitos humanos da Organização das Nações Unidas que considera preocupante a detenção do jornalista moçambicano.

Ameaças aos media independentes

“Em altura de ameaças crescentes aos jornalistas e aos media independente, a prisão de Amade Abubacar e as alegações de seus maus-tratos são extremamente preocupantes", disse o relator especial da ONU sobre a liberdade de expressão, David Kaye, e Presidente do Grupo de Trabalho em Detenção Arbitrária, Seong-Phil Hong, em comunicado publicado pelo Gabinete do Alto-Comissário para os Direitos Humanos das Nações Unidas.

Oiça aqui a reportagem:

Além da preocupação que a organização tem pela forma como a detenção foi levada a cabo, a mesma teme pelas consequências que isso pode ter para o ambiente social no País.

“Estamos seriamente preocupados com esta suposta detenção arbitrária e maus-tratos, que parece estar diretamente relacionada ao trabalho do senhor Abubacar como jornalista e que poderia ter um efeito inibidor sobre o exercício do direito à liberdade de expressão em Moçambique” enfatizaram os especialistas.

MISA repudia as inverdades imputadas ao jornalista

Por seu turno, o Instituto Para a Comunicação Social da África Austral-MISA Moçambique, emitiu recentemente em Maputo um comunicado sobre as inverdades imputadas ao jornalista e a ilegalidade da sua detenção. No ofício o MISA lamenta e condena, a todos os títulos e magnitude, que certos órgãos de comunicação social do sector público, que vivem dos impostos dos cidadãos, se tornem prestáveis a campanhas de insinuações sobre um inexistente envolvimento de um jornalista em actos terroristas, especialmente quando estes mesmos órgãos nunca se dignaram a prestar qualquer informação ao público sobre a detenção, ou mesmo as circunstâncias ilegais em que ele foi detido.

O MISA-Moçambique reitera, em termos veementes, o seu apelo às autoridades da justiça a libertar o jornalista mediante o Termo de Identidade e Residência (TIR) ou, alternativamente, mediante o pagamento de caução.

O MISA-Moçambique lembra ainda que Amade Abubacar não possui antecedentes criminais.

Jornalista detido a 5 de janeiro por militares

Amade Abubacar é jornalista da Rádio e Televisão Comunitária Nacedje e colabora com o portal britânico Zitamar News. Foi detido a 5 de janeiro, na província de Cabo Delgado, enquanto entrevistava pessoas que tinham fugido de um grupo armado não identificado. O mesmo que tem vindo a semear terror desde finais de 2017.

De salientar que recentemente, as autoridades moçambicanas recusaram o pedido de liberdade condicional do jornalista, alegando que poderia fugir e assim vai aguardar o julgamento no Comando Distrital da Polícia em Macomia, na província nortenha de Cabo Delgado.

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29 janeiro 2019, 12:13