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D. Manuel António dos Santos, Bispo de S. Tomé e Príncipe D. Manuel António dos Santos, Bispo de S. Tomé e Príncipe 

“A pobreza vê-se em todo o lado em S. Tomé”

Preocupação expressa em entrevista exclusiva à VATICAN NEWS pelo Bispo de S. Tomé e Príncipe.

Domingos Pinto - Lisboa

“Continuo a ver o meu povo sofrer com a pobreza”, sublinha ao portal da Santa Sé D. Manuel António dos Santos, Bispo de S. Tomé e Príncipe.

Declarações à margem da assinatura, no passado dia 2, em Lisboa, do protocolo entre a sua diocese e o Instituto de Estudos Avançados em Catolicismo e Globalização tendo em vista o desenvolvimento social e cultural do país.

500 anos da Diocese de S. Tomé

Um acordo no contexto da preparação das comemorações dos 500 anos da criação da diocese são-tomense, diz o prelado que vê nesta colaboração uma forma de “aprofundar o significado da vivência da fé também naquelas terras de S. Tomé e as marcas que essa mesma vivência da fé deixou, quer na cultura daquele povo, quer mesmo na nossa história comum entre Portugal e S. Tomé e Príncipe”.

Instabilidade social e política

D. Manuel António dos Santos acentua a sua grande preocupação com “uma certa instabilidade social e politica” no país, e ainda com “a falta de futuro” da juventude e até da própria igreja, “uma igreja pobre entre os pobres” devido às “limitações que o povo sofre”.

“Não vale a pena estarmos a fechar os olhos à realidade do país”, explica o Bispo de S. Tomé que fala de “salários baixos” e de “um índice de pobreza altíssimo”, um país que “sozinho não consegue resolver os seus problemas”.

Cooperação com Países da região e no espaço CPLP

“Pessoalmente estou convencido que só integrando uma espécie de comunidade de países da região em que mutuamente se interligassem, é que eu creio que conseguiria encontrar mecanismos que lhe permitissem sair da situação, de fato, da pobreza em que se encontra”, sugere o prelado que não deixa de reforçar a importância da cooperação com Portugal e no espaço da CPLP.

O Bispo de S. Tomé destaca ainda a importância da mobilidade nos países lusófonos, apesar das dificuldades que têm surgido.

“Ao menos entre os países africanos da CPLP pudesse haver essa mobilidade como afirmação até de toda uma história comum”, diz D. Manuel António dos Santos, que não percebe, por exemplo, “que um santomense para ir a Angola necessite de visto, e coisas assim, quando entre Angola e S. Tomé e Príncipe sempre houve laços privilegiados em todos os aspetos”.

Português seja lingua oficial no Vaticano

O Bispo de S. Tomé reafirma ainda um desafio saído do recente encontro dos bispos lusófonos em Cabo Verde, o de “juntos pedirmos ao Santo Padre que o «português» seja língua oficial “do próximo sínodo dos bispos para a Juventude.

“Nós gostaríamos é que o «português» seja língua oficial no Vaticano”, conclui o prelado português que está ao serviço da comunidade católica são-tomense desde 2007.

Entrevista com D. Manuel A. Santos. Oiça qui:

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09 maio 2018, 16:19