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Em foto de arquivo, o Papa em Audiência Geral na Sala Paulo VI, em janeiro deste ano Em foto de arquivo, o Papa em Audiência Geral na Sala Paulo VI, em janeiro deste ano 

Santa Sé: precisamos ser criativos na forma de amar os idosos

O Pe. Alexandre Awi Mello, secretário do Dicastério para os Leigos, a Família e a Vida, concedeu entrevista ao Vatican News. O brasileiro falou sobre a importância de dar atenção, proximidade e conforto aos idosos que hoje se encontram mais frágeis pela emergência do Covid-19: "contamos com a criatividade e o amor dos cristãos, especialmente dos filhos e netos, para acompanharem esse drama que os avós estão vivendo".

Andressa Collet - Cidade do Vaticano

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A mensagem aos idosos sobre a solidão vivida neste período de isolamento domiciliar pelo coronavírus foi divulgada nesta terça-feira (7) pelo Dicastério para os Leigos, a Família e a Vida. É a geração que, como indica o texto, “está pagando o preço mais alto da pandemia de Covid-19”. As estatísticas apontam que, só na Itália, “mais de 80% das pessoas que perderam a vida tinham mais de 70 anos”.

“Sermos criativos na forma de amá-los! O amor é criativo e é o nosso dever de retribuição por tanto bem que essas pessoas nos fizeram e nos fazem ao longo da nossa vida.”

Não deixar os idosos sozinhos

O Pe. Alexandre Awi Mello, brasileiro e secretário do Dicastério, falou sobre a importância de dar atenção, proximidade e conforto aos idosos que hoje se encontram mais frágeis e desorientados. A solidão, a distância dos familiares e o abandono devem ser remediados com a presença criativa: telefonemas e mensagens de vídeo, por exemplo.

Por parte da Igreja, além da caridade, ainda há padres visitando os idosos para distribuir os sacramentos, seguindo sempre as medidas de segurança. As redes de solidariedade podem “significar salvar vidas”, “porque, na solidão, o coronavírus mata mais”, alerta a mensagem do Dicastério. E o Pe. Alexandre acrescenta:

“Muitos vivem em situações de medo, de preocupação, de angústia. E, provavelmente, uma das angústias maiores é pensar na possibilidade de morrer sozinho, de não estar acompanhado. Por isso, o Dicastério para os Leigos, a Família e a Vida quis lançar essa mensagem e recordar a importância de todos os cristãos de acompanhar os nossos idosos, de diminuir um pouco a solidão que muitos deles vivem. Eles já são levados pela situação a ter que ficar em casa porque são o grupo mais vulnerável. Mas, por outro lado, podemos ser criativos na forma de entrar em contato com eles. E, de fato, a Igreja, em muitos lugares, tem sido criativa; a sociedade tem procurado fazer essa ponte. Situações também que nos preocupam são nas residências onde muitos idosos estão juntos e, em alguns lugares, as condições, por maiores esforços que se façam, favorecem a propagação da doença e do vírus. Por isso, quisemos lançar essa mensagem: como uma palavra de alento, de estímulo, em primeiro lugar para os idosos, mas também para todos aqueles que podem acompanhá-los de alguma maneira: para nós, filhos, netos, como parte da comunidade cristã que queremos estar com eles neste momento. Apoiá-los, sermos criativos na forma de amá-los! O amor é criativo e é o nosso dever de retribuição por tanto bem que essas pessoas nos fizeram e nos fazem ao longo da nossa vida. Por isso, estamos conscientes que, na solidão, o coronavírus mata mais. O outro lado da moeda é que, acompanhados, os idosos podem resistir melhor e viver melhor esse difícil momento que eles estão tendo que passar. Contamos com a criatividade e o amor de todos os cristãos, especialmente dos filhos e netos, para acompanharem esse drama que muitos dos nossos avós, muitas das pessoas idosas com as quais convivemos, estão vivendo. Que Deus nos abençoe nessa missão de combater o coronavírus através da solidariedade, do amor e do acompanhamento dos nossos idosos."

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08 abril 2020, 12:10