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Um policial inspeciona um ônibus incendiado durante protestos contra o Governo em Colombo Um policial inspeciona um ônibus incendiado durante protestos contra o Governo em Colombo

Francisco: não à violência em Sri Lanka, ouvir as aspirações do povo

O Papa fez um apelo aos jovens cingaleses que "fizeram ouvir seu grito diante dos desafios sociais e econômicos do país" asiático: que todos tenham uma atitude pacífica e as autoridades respeitem os direitos humanos e as liberdades civis.

Vatican News

Ao final da Audiência Geral desta quarta-feira (11/05), o Papa Francisco fez um apelo ao povo de Sri Lanka, "em particular aos jovens que nos últimos tempos fizeram seu grito ser ouvido diante dos desafios e problemas sociais e econômicos do país". Francisco se une às "autoridades religiosas em exortar todas as partes envolvidas a manterem uma atitude pacífica, sem ceder à violência".

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Faço um apelo a todos aqueles que têm responsabilidades para que ouçam as aspirações do povo, garantindo total respeito pelos direitos humanos e pelas liberdades civis.

O toque de recolher, a renúncia do primeiro-ministro, a ordem para atirar. O caos em Sri Lanka aumenta com o passar das horas e viu uma piora significativa esta semana, em que o ex-primeiro-ministro Mahinda Rajapaksa foi evacuado com sua família para um local secreto depois que sua residência foi invadida por manifestantes. Em seguida, a escalada: casa dos Rajapaksa e várias outras casas de parlamentares e ministros foram incendiadas pelas pessoas que saíram às ruas nesta terça-feira (10/05).

Na manhã desta quarta-feira (11/05), a polícia cingalesa prendeu pelo menos 12 pessoas, após novos protestos em frente ao prédio do Parlamento Nacional. A imprensa local informou que manifestantes se reuniram ao longo da Jayanthipura Road, perto da sede do parlamento, exibindo cartazes e faixas em apoio a um voto de confiança contra o governo.

Mortos e feridos

O balanço provisório é de 7 mortos e centenas de feridos. O próprio Rajapaksa, que na segunda-feira tinha renunciado por causa dos protestos generalizados, foi resgatado durante uma operação militar: centenas de manifestantes invadiram sua residência oficial em Colombo, tentando incendiar o edifício principal, onde o ex-primeiro-ministro se encontrava com sua família e alguns conselheiros políticos. A quarta-feira, provavelmente o dia mais tenso, terminou com uma licença "para atirar à vista". À noite, o Ministro da Defesa emitiu uma ordem autorizando os oficiais a abrirem fogo "contra qualquer um que danificar o patrimônio público ou causar danos".

Apelos para o diálogo

Além do forte apelo ao diálogo lançado, nesta quarta-feira (11/05) pelo Papa Francisco no final da Audiência Geral, houve também muitos outros apelos das mais altas autoridades religiosas do país, da ONU e da União Europeia, que criticaram a violência. Do arcebispo de Colombo, dom Malcolm Ranjith, ao líder budista Omalbe Thera, de Michelle Bachelet, Alta Comissária da ONU para os Direitos Humanos, a Joseph Borrell, Alto Representante da União para Assuntos Exteriores e Política de Segurança, a recomendação foi moderação, favorecendo o diálogo entre as partes e respeitando os direitos humanos.

A crise econômica

Situado na fronteira ao sul da Índia, com 22 milhões de habitantes, Sri Lanka vive uma das piores crises econômicas de sua história. O desespero da população está ligado à crescente escassez de alimentos, combustíveis e medicamentos, com uma situação que nos últimos meses piorou por causa da pandemia e, ainda mais recentemente, pelo aumento dos preços de matérias-primas e energia. Os manifestantes também pedem, há semanas, a renúncia do presidente, Gotabaya Rajapaksa, irmão mais novo do ex-primeiro-ministro.

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11 maio 2022, 13:45