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Papa: Beato Teresio, modelo de esperança e fraternidade para os jovens

O jovem Teresio Olivelli morreu em um campo de concentração nazista em 1945. Foi beatificado no sábado 03/02, na cidade italiana de Vigevano.

Jackson Erpen e Roberta Barbi - Cidade do Vaticano

Logo após rezar o Angelus este domingo na Praça São Pedro, o Papa Francisco recordou o “heroico sacrifício” do jovem Teresio Olivelli, morto em um campo de concentração nazista e beatificado no sábado 03/02, na cidade italiana de Vigevano.

“Ontem, em Vigevano, foi proclamado beato o jovem Teresio Olivelli, morto por sua fé cristã em 1945, no campo de concentração de Hersbruck. Ele deu testemunho a Cristo no amor pelos mais fracos e se une à longa lista dos mártires do século passado. Que o seu heroico sacrifício seja semente de esperança e de fraternidade sobretudo para os jovens”.

Teresio foi beatificado no sábado pelo Prefeito da Congregação das Causas dos Santos, cardeal Angelo Amato, representando o Santo Padre. O purpurado recordou em sua homilia, que “ainda hoje existem no mundo 215 milhões de cristãos que sofrem perseguições e morte”.

Teresio Olivelli

 

Jesus chamava os apóstolos Tiago e João de “filhos do trovão” pelo caráter forte que tinham, modelos perfeitos para Teresio Olivelli, que seguidamente brincava com o fato de ter sido batizado na Paróquia de São Tiago e por isto, também ele era uma espécie de “filho do trovão”.

E de fato o era, em tudo o que fazia: no trabalho como assistente em jurisprudência na Universidade de Turim, no serviço que realizava em Cottolengo, até na decisão de se alistar, porque não suportava que o sacrifício extremo da vida fosse reservado somente aos mais pobres. Um testemunho cristão constante que o levará ao martírio, como recordou o cardeal Angelo Amato:

Falar de Teresio Olivelli é falar de um jovem entusiasta pela própria fé e amante da própria pátria. Se a Itália conferiu a ele a medalhe de ouro por mérito na guerra, a Igreja o reconheceu mártir heroico no exercício das virtudes da fé, da esperança e da caridade”.

Aderiu ao fascismo até perceber que a ideologia não poderia construir a sociedade em coerência com o Evangelho que sonhava, sem guerra e sem mortos.

“Quem quer me seguir, tome a sua cruz e me siga”, palavras de Jesus que ecoaram no jovem que entrou para a resistência, “sem ser da resistência”.

Foi então para a guerra, sim, mas com o coração de paz que o levava não para onde havia o sucesso, mas onde havia o fracasso e a derrota.

As suas armas, mesmo no conflito, foram sempre o amor ao próximo e o sacrifício de si. Por isto estava sempre pronto para socorrer seus companheiros e difundir sempre os valores da misericórdia, do perdão, da liberdade e da justiça, firmemente ancorados em uma fé solidificada:

“A fé de nosso Beato era alimentada pela oração e pela Eucaristia. Durante a guerra no front russo ou na prisão nos campos de concentração, chamava a atenção a ingenuidade de sua fé, simples, convicta, manifestada com as palavras e sobretudo com as obras. Na dolorosa retirada, sustentava, consolava, confortava. Rezava e fazia rezar. Na dolorosa retirada da Rússia, os soldados encontravam acolhida e consolação religiosa em Teresio. Amava Deus, amava a igreja, amava o Papa, amava os outros com aquela caridade evangélica ensinada a nós por Jesus: amar o próximo como a si mesmo. A caridade era o tecido de sua vida”.

Sempre rebelde, mas por amor, enquanto tudo ao seu redor era ódio e violência. Rebelde como todo bom cristão que leva em frente aquela revolução moral no mundo que às vezes leva até o martírio.

“Na tortura comprima os nossos lábios – despedaça-nos, não nos deixe dobrar – se cairmos, faz que o nosso sangue se una ao teu inocente e àquele de nossos mortos, para fazer crescer no mundo a justiça e a caridade”.

Assim escrevia na oração “Liberta-nos” e assim percorria o seu caminho rumo ao martírio, que se cumpriu no campo de extermínio nazista de Hersbruck em 1945.

Não conseguiu ver o fim da II Guerra Mundial que iluminou com a sua luz de santidade; uma santidade que não é reservada somente aos consagrados, porque a salvação é de todos, como conclui o cardeal Angelo Amato:

Nem todos os Santos são sacerdotes ou religiosos. O batismo é a porta que nos introduz na vida de Deus, caridade e misericórdia sem limites. O Beato Teresio Olivelli fez de seu batismo uma fonte de energia divina feita de caridade, de bondade, de dinamismo apostólico, de testemunho heroico do Evangelho”.

Beato Teresio Olivelli, modelo para os jovens

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04 fevereiro 2018, 13:58