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Papa e os membros da Conferência Internacional sobre Antissemitismo Papa e os membros da Conferência Internacional sobre Antissemitismo 

Papa: antissemitismo e o vírus da indiferença

Francisco deplora novamente as violências contra os judeus e aponta a formação dos jovens para combater o "vírus da indiferença".

Cidade do Vaticano -

O Papa Francisco começou sua série de audiências esta segunda-feira recebendo os participantes da Conferência Internacional sobre a responsabilidade dos Estados, Instituições e Indivíduos na luta ao antissemitismo e aos crimes cometidos ao ódio antissemítico.

Aos cerca de 150 presentes, Francisco destacou uma palavra: responsabilidade. “Ser responsáveis significa ser capazes de responder”, afirmou o Papa, apontando não só o ódio como inimigo contra o qual lutar, mas também a indiferença, que paralisa e impede de fazer o que é justo.

“Não me canso de repetir que a indiferença é um vírus que contagia perigosamente os nossos tempos – tempos em que estamos mais conectados, mas sempre menos atentos aos outros.” A indiferença, prosseguiu, produz desespero e silêncio.

“Recordo este silêncio ensurdecedor na minha visita a Auschwitz-Birkenau: um silêncio inquietante, que deixa espaço somente às lágrimas, à oração e ao pedido de perdão.”

Como vacina contra o vírus da indiferença, Francisco propõe a lembrança dos fatos passados, não somente com a mente, mas do profundo da alma:

“Para recuperar a nossa humanidade, para recuperar uma compreensão humana da realidade e superar muitas deploráveis formas de apatia pelo próximo, é preciso esta memória, esta capacidade de envolver-nos juntos ao recordar. A memória é a chave de acesso ao futuro”.

A nossa história, disse ainda o Papa, ou será juntos ou não será. Rumo a um novo amanhecer, a Igreja deseja estender a sua mão. Deseja recordar e caminhar juntos. Citando a Declaração concicliar Nostra Aetate, Francisco reafirma que a Igreja deplora os ódios, as perseguições e todas as manifestações de antissemitismo contra os hebreus em todos os tempos.

“Queridos amigos, ajudemo-nos reciprocamente a fazer fermentar uma cultura da responsabilidade, da memória e da proximidade, e a estabelecer uma aliança contra a indiferença.”

Neste esforço, mais importante do que a informação, é a formação, disse o Papa. “É urgente educar as jovens gerações. Para preparar um futuro realmente humano não é suficiente refutar o mal, mas é preciso construir juntos o bem.”

Ouça a reportagem completa
Veja um trecho do discurso do Papa Francisco

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29 janeiro 2018, 11:05