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Israel ataca multidão na Cidade de Gaza: mais de 100 mortos e mais de 700 feridos

As vítimas eram palestinos que esperavam por ajuda humanitária e estavam dispostos perto da rotatória de Nabulsi, na Al-Rashid Street. Testemunhas e o correspondente da TV do Catar relataram que a multidão foi atacada com projéteis de artilharia, mísseis de drones e tiros. Outros ataques aéreos israelenses ocorreram contra os campos de refugiados de Nuseirat, Bureij e Khan Yunis e causaram pelo menos 30 mortes, elevando o número de vítimas fatais desde o início do conflito para mais de 30.000

Vatican News

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O fragor do conflito entre Israel e o Hamas não dá sinais de diminuir: mais de cem pessoas foram mortas e mais de 700 ficaram feridas em um ataque israelense esta quinta-feira (29) a oeste da Cidade de Gaza. As vítimas eram palestinos que esperavam por ajuda humanitária e estavam dispostos perto da rotatória de Nabulsi, na Al-Rashid Street. Testemunhas e o correspondente da TV do Catar no local relataram que a multidão foi atacada com projéteis de artilharia, mísseis de drones e tiros.

Outros ataques aéreos israelenses ocorreram contra os campos de refugiados de Nuseirat, Bureij e Khan Yunis e causaram pelo menos 30 mortes. Esses ataques recentes, segundo o Hamas, elevam o número de mortos desde o início do conflito, em 7 de outubro, para mais de 30.000.

 

A situação das crianças também é dramática: de acordo com o Unicef, um milhão de crianças em Gaza sofre de insegurança alimentar e, na Faixa, seis crianças morreram no hospital devido à desnutrição e à desidratação. "Pedimos às instituições internacionais - diz o chefe da saúde em Gaza - que tomem medidas imediatas para evitar uma catástrofe humanitária no norte da Faixa". Um apelo que os Estados Unidos parecem ter aceitado: de acordo com o jornal "Axios", a Casa Branca está considerando lançar ajuda humanitária sobre Gaza a partir de aviões militares, já que as entregas por terra estão se tornando cada vez mais complexas.

Enquanto isso, as negociações entre as partes continuam no Catar, embora as posições ainda estejam distantes. O líder do Hamas, Ismail Haniyeh, deixa claro que o movimento está "demonstrando flexibilidade nas negociações" com o objetivo de chegar a um acordo para a libertação dos reféns israelenses e um cessar-fogo temporário. Mas, ao mesmo tempo, ele diz que está pronto para "continuar lutando".

A chegada de março torna tudo mais crucial: na noite do dia 10, o mês do Ramadã começará e a questão da segurança será ainda mais urgente. Por um lado, Israel anunciou medidas restritivas para a entrada na Esplanada das Mesquitas - Monte do Templo, em Jerusalém. Por outro lado, o Hamas fez um apelo aos palestinos para que se dirijam em massa ao mesmo local no primeiro dia do Ramadã. Os EUA também intervieram na questão, pedindo a Israel que "facilite o acesso" ao local "para os fiéis pacíficos".

Número de mortos palestinos desde o início do conflito, em 7 de outubro, é de mais de 30.000 (AFP)
Número de mortos palestinos desde o início do conflito, em 7 de outubro, é de mais de 30.000 (AFP)

Um novo apelo para que deponham as armas vem de uma declaração conjunta da França e do Catar, após uma reunião na quarta-feira no Palácio do Eliseu entre o presidente francês Emmanuel Macron e o emir do Catar Tamim ben Hamad Al-Thani. "Nós nos opomos a um ataque a Rafah e pedimos a abertura de todas as passagens, incluindo o norte da Faixa de Gaza", diz o documento, que também reitera a necessidade de um "cessar-fogo imediato para permitir a entrada de ajuda humanitária em Gaza".

Por sua vez, a conversa telefônica que ocorreu durante a noite de quarta para quinta-feira entre o ministro da Defesa israelense, Yoav Gallant, e seu homólogo estadunidense, Lloyd Austin, concentrou-se nas operações militares contra o Hamas realizadas por Israel. Segundo o jornal "The Times of Israel", os dois também discutiram os acontecimentos ao longo da fronteira libanesa, onde drones e mísseis do Hezbollah são lançados constantemente contra o norte de Israel. A esse respeito, Gallant enfatizou a Austin que Israel não "tolerará ameaças contra seus cidadãos e violações de sua soberania, e tomará as medidas necessárias para garantir sua segurança".

Também na quarta-feira, o primeiro-ministro israelense Benjamin Netanyahu teve uma reunião em Jerusalém com a coordenadora humanitária da ONU, Sigrid Kaag. Uma reunião descrita pelo primeiro-ministro como "produtiva" e focada nos "desafios atuais da região e nas possíveis maneiras de enfrentá-los". Na frente palestina, por sua vez, o presidente Mahmoud Abbas recebeu em Ramallah Philippe Lazzarini, comissário geral da Unrwa, a agência da Onu que se ocupa dos refugiados palestinos. Durante as conversas, segundo o jornal palestino Wafa, Abbas lembrou que a Unrwa "fornece serviços fundamentais aos refugiados palestinos de acordo com as resoluções da Onu" e, portanto, pediu à comunidade internacional que apoiasse a agência com os fundos necessários.

Por fim, são esperados desdobramentos da reunião intra-palestina realizada desta quinta-feira até sábado em Moscou, sob a égide da Rússia. Dela participam representantes do Hamas, do Fatah e de outras forças políticas pertencentes à OLP, reunidos com o objetivo de chegar a um acordo para um governo de unidade nacional.

(L’Osservatore Romano)

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29 fevereiro 2024, 16:34