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Papa Francisco com a diretora Anna Aristotelous Papa Francisco com a diretora Anna Aristotelous 

O cárcere de Chipre: dignidade e humanidade relatadas ao Papa

A experiência na prisão da ilha é relatada ao Papa Francisco pela diretora Anna Aristotelous. Uma abordagem que leva em conta o valor da pessoa e que até agora deu muitos frutos.

Nikos Tzoitis

Na manhã desta sexta-feira (03/12), após a missa no estádio de Nicósia, o Santo Padre encontrou-se, num evento não programado, com a diretora da Prisão de Chipre, Anna Aristotelous. Uma verdadeira reformadora do sistema prisional cipriota que, desde que assumiu o cargo de diretora da penitenciária da cidade há quase sete anos, tem conseguido dar um rosto humano e dignidade aos detentos. O resultado desta política tem sido o fim dos suicídios e das tentativas de fuga. Pelo contrário, o número de reclusos que frequentam cursos de formação e também estudos teológicos, em cooperação com a Escola de Teologia de Chipre, bem como várias atividades culturais, está constantemente aumentando. Até agora, 30 se graduaram.

Nos programas de reabilitação, a diretora incluiu também prisioneiros condenados por entrada ilegal em território cipriota. Dez deles estarão no grupo de pessoas que o Santo Padre trará consigo para Itália. Anna Aristotelous é assistida nesta tarefa pela vice-diretora Athina Dimitriou, uma perita no mundo otomano:

Papa recebe presente dos detentos
Papa recebe presente dos detentos

Diretora, quais são os seus sentimentos após o seu encontro com o Papa Francisco?

A visita do Papa a Chipre foi um acontecimento histórico extraordinário que nos encheu de alegria e admiração.  Para mim pessoalmente, conhecer o Santo Padre foi também uma grande honra porque, como diretora da prisão, tive a oportunidade de expressar toda a minha admiração e estima pela sua incansável atividade e o seu sincero interesse pelos necessitados e pelas pessoas mais simples. Consegui falar ao Papa sobre a nossa abordagem humana aos nossos detentos. Nos últimos anos, tive a oportunidade de partilhar a nossa convicção sobre a importância e o cuidado que o bem-estar de toda a pessoa exige, sem qualquer distinção cultural ou religiosa e com pleno respeito pela diversidade e singularidade de cada pessoa.

Que mensagem levará aos seus reclusos após este encontro?

A mensagem que levarei às pessoas detidas é que o Santo Padre reza por eles, como por todos os homens, e transmitirei também a sua bênção e o seu profundo amor. Ao mesmo tempo, o Papa expressou o desejo de que cada um deles continue a cultivar valores, a melhorar e a ganhar autoconsciência, sem perder a humildade e a simplicidade e respeitando todos, como o Santo Padre sempre fez.

 

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04 dezembro 2021, 09:51